sexta-feira, 25 de julho de 2008

VII Cimeira da CPLP em Lisboa


A VII Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) realiza-se, em Lisboa, para discutir os projectos aprovados quinta-feira no XIII Conselho de Ministros da organização, nomeadamente medidas para a promoção e divulgação da língua portuguesa, a prioridade da presidência portuguesa para os próximos dois anos.

Corrupção: Parlamentos e Partidos vistos como os mais Corruptos em todo o Mundo

Os cidadãos em todo o mundo consideram que partidos, parlamentos, polícia e tribunais são as instituições mais atingidas por uma corrupção quotidiana generalizada, afirma um novo relatório da ONG Transparency International.

O relatório da Transparency International (TI) - divulgado em Berlim, sede da organização não governamental denominado «O barómetro da corrupção global » e que incluiu inquéritos a 63।199 cidadãos de 60 países de todo o mundo, incluindo Portugal - indica que cerca de 70 por cento dos cidadãos considera os partidos políticos as instituições mais corruptas.

Depois dos partidos políticos, 55 por cento dos inquiridos escolheu os parlamentos e 50 por cento a polícia। A soma das percentagens é superior a 100 porque os inquiridos deram respostas múltiplas sobre os destinatários a quem pagaram «luvas».

O estudo indica ainda que cerca de 54 por cento dos inquiridos esperam que a corrupção aumente nos próximos três anos, 26 por cento aposta numa estabilização e 20 por cento num decréscimo।

Este documento «ilustra claramente que muito frequentemente os cidadãos são forçados a gastar, apesar dos seus baixos recursos duramente ganhos, para obter serviços que deveriam ser gratuitos», sublinhou a presidente da TI, a canadiana Huguette Labelle।

Em África, 42 por cento das pessoas inquiridas afirmaram terem pago pequenas somas de dinheiro em troca de um serviço, e na Ásia, esta percentagem atingiu os 22 por cento।

No conjunto dos países incluídos no estudo, 25 por cento dos cidadãos que estiveram em contacto com a polícia afirmaram que lhes foi pedido o pagamento de uma comissão।

Os magistrados pedem ou recebem frequentemente dinheiro, para acelerar, fechar ou mudar o andamento dos processos। No Paquistão, por exemplo, 96 por cento dos inquiridos que estiveram em contacto com tribunais foram forçados a praticar actos de corrupção.

De acordo com o relatório, na Rússia, cerca de 210 milhões de euros foram entregues anualmente a título de comissões para os tribunais.

Crimes que Desafiam a Polícia


Criança nasce sem sexo e sem pernas


UMA criança nasceu ontem, no Hospital Provincial de Cabo Delgado, em Pemba, sem sexo e nem membros inferiores, com apenas um prolongamento de um corpo que surgiu da sua bacia e que se assemelha a uma perna, segundo noticiou o Jornal Notícias, Sexta-Feira, 25 de Julho

A enfermeira em serviço, Muaziza Buarnge, disse tratar-se de mais um caso de má formação congénita e acrescentou que o bebé aparenta gozar de boa saúde, assim como a mãe, Atija N'nazi, residente no bairro Eduardo Mondlane (Wimbe), que na altura sofria de dores consideradas normais e resultantes do trabalho de parto।

Este é o segundo caso de má formação congénita a ocorrer naquele ponto do país, depois de no dia 11 deste mês uma criança ter nascido, sem vida, com duas cabeças e igual número de pescoços.

Parabéns Fernando


O jornalista moçambicano Fernando Lima venceu o "CNN Multichoice African Journalist Award 2008", na categoria de Língua Portuguesa. Lima venceu com duas reportagens no jornal "Savana" sobre as cheias do rio Zambeze de 2007: "Quando o rio zangou" e "No epicentro da crise". Fernando Lima é um fundadores da mediacoop, inicialmente uma cooperativa de jornalistas moçambicanos, proprietária do jornal "Savana" e do boletim informativo "Mediafax". De acordo com a CNN “as histórias de Fernando Lima sobre as inundações no vale do Zambeze em 2007 tiveram uma abordagem informativa e inovadora. É uma descrição detalhada sobre uma tragédia com um rosto humano, onde as vítimas têm nomes, vozes e sentimentos. É uma história perspicaz, equilibrada e bem escrita que descreve a forma como mais uma calamidade atingiu Moçambique."

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Cinco Chefes de Estados Africanos Acusados de Corrupção e desvios de Fundos Públicos




Omar Bongo do Gabão, Denis Sassou-nguesso do Congo, José Eduardo dos santos de Angola, Blaise Campaore do Burkina Fasso ou ainda Teodoro Obianga Nguema da Guine Equatorial। Com Propriedades e Automóveis de Luxos, Contas em bancários bem preenchidos।


Numa altura em que chegam a Moçambique notícias segundo as quais o Governo Sueco tenciona reduzir a sua ajuda ao orçamento geral do estado, alegadamente devido à ausência de progressos palpáveis na luta contra a corrupção।


As autoridades moçambicanas contudo afirmam desconhecer qualquer intenção nesse sentido.
A materializar-se a medida poderia ter graves consequências, não só de âmbito financeiro mas, também, e sobretudo, a nível político।


Indicadores "insatisfatórios"


É uma notícia que tem sido amplamente reproduzia pelos meios de comunicação nacionais e internacionais, e na base da qual está uma entrevista do embaixador da Suécia em Moçambique, Torvald Åkesson, ao semanário independente Savana।


O diplomata sueco é citado como tendo partilhado a insatisfação do seu governo em relação ao que são descritos como indicadores de boa governação, entre os quais se destaca o combate à corrupção।


As afirmações acontecem pouco tempo depois do desembolso pela Suécia de cinquenta milhões de dólares, na qualidade de um dos dezanove chamados parceiros programáticos do Governo que contirbuem em cerca de cinquenta por cento para o orçamento geral do estado.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

UP já tem “Ninho”para empreendedores

"Sem uma comprovação empírica, qualquer pensamento é apenas uma tese।"

FOI lançado na cidade da Beira o projecto “Ninho de Empreendedorismo” da Associação dos Estudantes da Universidade Pedagógica (AEUP). Tal envolve ainda a própria Universidade Pedagógica e outros parceiros e visa essencialmente cultivar a criatividade no seio dos discentes, impulsionando deste modo o espírito de pesquisa e auto-suficiência que possa garantir o desenvolvimento nacional através de iniciativas locais que vão ao encontro das principais necessidades das nossas comunidades.

Chirindzene: A mata sagrada das proibições


A MATA Sagrada de Chirindzene, um local onde quase tudo é proibido, nesta Mata Sagrada, localizada no distrito de Xai-Xai, não se deve entrar sem autorização dos lideres locais, é proibido manter relações sexuais, usar chapéu, urinar, defecar, acender fogo, apanhar lenha, caçar, pôr gado a pastar, trepar árvores… não é proibido comer frutas da mata, mas coma ali, deixe o resto e vá embora.

Quem ousar entrar sem a autorização não sai mais do local, porque depois desconhece o caminho a tomar para o efeito। O casal que se envolver em relações sexuais nunca mais se desliga um do outro.

Por volta da década de 1990, um indivíduo teimou em entrar sem antes pedir autorização e não mais reapareceu, conta-se।

Normalmente, o infractor das normas só pode ser recuperado (voltar a situação normal) quando se realizar uma cerimónia tradicional dirigida por alguém da família Matavele, um clã local tido como o primeiro a se estabelecer em Chirindzene।

A história de Chirindzene inicia por volta de 1870, com a chegada no local do primeiro Matavele, guerrilheiro de uma das guerras dispersas de resistência movidas por moçambicanos contra o colonialismo português।

Ao reconhecer a fertilidade dos solos, ele decidiu ali fixar a sua residência, procriar filhos e os distribuir espaços nas zonas circunvizinhas de Chacula, Mabawani, Mavele, Munguelani, Muchalucuane, Nguleleni, 3 de Fevereiro e Xipenhe।

À Mata Sagrada, ora com cerca de seis hectares, coube o estatuto de sede regional, onde se realizavam as cerimónias tradicionais de Kuphalha, destinadas a pedir aos antepassados a bonança nas colheitas, chuvas e soluções para ultrapassar diversas crises, dentre elas as pragas que dizimassem culturas।

Passados mais de cem anos, a cerimónia de Kuphalha ainda acontece no local, realizada no tronco de uma árvore frondosa de nome Xakwara, enrolado por uma capulana velha de cor branca। A cerimonia e' dirigida por alguém pertencente a linhagem Matavele.

Uma galinha é sacrificada e o seu sangue espargido próximo do tronco da árvore e sobre o mesmo chão jorra-se vinho। Uma segunda galinha é introduzida ainda viva no interior de um buraco na árvore donde volta a reaparecer quatro ou seis dias mais tarde.

Isso acontece numa simples cerimónia de pedido de permissão para visitar a pequena floresta (acredita-se que só assim se consegue protecção: ninguém se perde ou picado por uma cobra ou outro animal existente no interior da mata)।

Existe uma outra cerimónia de maior dimensão destinada a pedir aos antepassados a ocorrência da chuva, ajuda no combate as pragas, sucessos na colheita, entre outros benefícios, mas este tipo de ritual acarreta custos elevados।

“É preciso ter cabeça de vaca preta, ovelhas, cabritos, galinhas e outros vários produtos resultantes da colheita”, explicou Benete Cumbuza, bisneto do Matavele।

“Nós sabemos quando é que a cerimónia tem sucesso, esta, por exemplo, não saiu bem। É preciso o dirigente do ritual estar satisfeito e realizar bem o seu trabalho. Outra coisa é que a actividade iniciou tarde”, acrescentou.

Quando as cerimónias de grande dimensão ocorrem com sucesso, logo depois do ritual acontece uma queda de cobras da árvore xakwara, mas elas não picam a ninguém।

A última vez que ocorreu um cenário do género foi em 1958, segundo conta a fonte, mas mesmo depois deste ano cerimónias desta natureza aconteceram até 1988। Desde este ano nunca houve “cerimónia grande”.

Próximo à mata de Chirindzene existe um caminho que se acredita ter sido usado por Eduardo Mondlane, primeiro presidente da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) e arquitecto da unidade nacional, nos princípios de 1940 quando caminhava com destino a Maputo saindo de Chicumbane, a escassos quilómetros dali।

No local existe uma árvore simbolizando a que acolheu Mondlane quando ali parou para tomar uma refeição।

Outro local histórico é a localidade de Chaimiti, distrito de Chibuto, onde foi capturado Ngungunhane, rei do Império de Gaza, pelos conquistadores portugueses, a 28 de Dezembro de 1895, facto que marcou a queda final do reino।

Ngungunhane possuía uma residência em Chaimiti, a 10 quilómetros de Chibutu, uma espécie de comando-geral daquele movimento de resistência contra a ocupação portuguesa। Nessa casa, ele viveu os seus últimos momentos de vida com as suas três esposas (Sonia, a primeira, Manhaiosse e Phatlhiwa) junto com o seu filho Godide (na altura menor de idade)

Segundo reza a história, ele foi capturado quando teve de regressar a casa para recuperar o seu filho que havia sido esquecido pela sua mãe Sonia।

“Se não tivessem esquecido Godide, de quem Ngungunhane gostava muito, talvez ele não tivesse sido capturado”, reafirmou um dos tetranetos daquele resistente da ocupação portuguesa ao sul de Mocambique que, depois de capturado, foi preso nos Açores, em Portugal, onde veio a perder a vida em 1906।

Falando aos visitantes, um bisneto de Ngungunhane reafirmou que a traição foi um dos factores por detrás da decadência e queda do Império de Gaza, cuja sede encontrava-se em Mandlhakazi, a cerca de 80 quilómetros de Chaimiti।

O bisneto reconheceu também a ilegitimidade de alguns excessos cometidos pelo seu bisavó.

terça-feira, 22 de julho de 2008

Anarquia nos “chapa 100”








É UMA autêntica selvajaria o que se vive nos transportes semicolectivos de passageiros, vulgarmente conhecidos por “chapa 100”, na cidade de Maputo। Tornou-se comum, passageiros serem injuriados em voz alta pelos motoristas e cobradores, regra geral de conduta duvidosa, quando protestam contra casos gravíssimos, sobretudo de superlotação das carrinhas, encurtamento de rotas, poluição sonora, excesso de velocidade, entre outras situações que colocam em permanente perigo a vida dos utentes. Proprietários de viaturas recrutam jovens de menor idade como trabalhadores sem carácter algum.

Afinal quem fiscaliza as actividades dos “Chapa 100”? Porque não ver isto como um problema real que merece medidas correctivas।

O que é mais engraçado é que as autoridades policiais entre outras incluindo governamentais que deveriam, por lei, velar por estas flagrantes irregularidades fazem vista grossa à situação movidos, uns pela ganância de mais lucros, porquanto serem proprietários das várias frotas de viaturas que pululam pela cidade, e também para conseguirem os “50 paus” que normalmente são cobrados aos motoristas que são “flagrados”, e com azar, naquela situação।

É caso para dizer que nem a polícia nem os proprietários dos Chapas estão interessados em manter a ordem na cidade dados benesses que esta aberração lhes proporciona।

Podemos perguntar: Como falar de Lei e Ordem numa sociedade cujas normas de convivências são ignoradas?

A não ser que o modus vivendi das sociedades “modernas” com resquícios da pré-historia seja caracterizado pelo não cumprimento das normas que se almeja sejam socialmente aceites e aprovadas por todos। Dizia Aristóteles, “o homem é um ser naturalmente social”, para não falar da condição de racionalidade que é lhe peculiar, o que faz com que se difira de outros animais tidos como inferiores, movidos pelos instintos.

Avaliando pela selvajaria, ganância do poder económico, o pontapear das leis e todas as irregularidades que se verificam nas nossas estradas, na nossa urbe, estaremos nós em condição para dizer que estamos prontos para o combate à pobreza? Se a pobreza está dentro nós।

Há necessidade de engrandecermos os nossos espíritos para o bem viver que de nada se compadece com esta anarquia.

No Zimbabwe: Adversários políticos dão-se duas semanas para acordo efectivo


O GOVERNO zimbabweano e a oposição deram-se duas semanas para concluir um acordo que retire o pais da crise política que o atinge desde a eleição presidencial de Junho último.

O acordo-protocolo rubricado pelo presidente Robert Mugabe e o líder da oposição Morgan Tsvangirai, sob o testemunho do chefe de Estado sul-africano e mediador da crise, Thabo Mbeki, apresenta um quadro de negociações sobre o futuro político do país, estagnado desde a reeleição contestada, em finais de Junho de Mugabe, no poder hás 28 anos।

Após a assinatura deste acordo preliminar, o presidente zimbabweano também anunciou que o seu partido, a ZANU-PF, e a oposição concordam em fazer emendas à Constituição para estabelecer uma “nova ordem política"।

Ambos os adversários – Mugabe e Tsvangirai, que não se encontravam em público desde 1998, apertaram-se as mãos depois da assinatura। Também trocaram cumprimentos, tocando os dedos fechados, com o líder de uma facção dissidente da oposição, Arthur Mutambara. Em seguida, os três homens levantaram os braços em conjunto.

Mugabe agradeceu “cordialmente” o seu homólogo sul-africano pela sua acção “apesar calúnias e críticas amargas que o acusavam de nada fazer”।

O grande desafio do diálogo é definir um quadro político consensual no Zimbabwe, paralisado desde 27 de Junho। Uma das principais bases de desbloqueio da crise é a formação de um governo de unidade nacional.

Esse tipo de governo vem sendo defendido tanto pela União Africana (UA) quanto pela SADC (Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral), ambas profundamente preocupadas com a crise económica e política do Zimbabwe।

O MDC, de Tsvangirai, e o partido ZANU-PF, de Mugabe, também se comprometeram, por meio do acordo, a diminuir a tensão política, disseram autoridades.

Jogos Olímpicos e Jogos da CPLP - Convivam e façam amizades mas tragam-nos medalhas - Primeira-Ministra, Luísa Diogo, na Despedida aos Atletas




A delegação moçambicana aos VI Jogos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) embarca com destino ao Rio de Janeiro, local aprazado para este evento desportivo-juvenil. No próximo sábado, será a vez dos privilegiados atletas olímpicos voarem para o extremo oriente, na China, mais concretamente em Beijing, palco dos Jogos Olímpicos de Verão-2008. É assim, pois, Moçambique a fazer se representar em diversas frentes desportivas planetárias e com os olhos postos nas medalhas, correspondendo desse modo a grande esperança do país sobre este grupo de atletas.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

"Há mais Bicicletas – mas há Desenvolvimento?".



ACABA de sair do prelo o último livro de Joseph Hanlon e Teresa Smart, dedicado a Moçambique: "Há mais Bicicletas – mas há Desenvolvimento?".

O livro, publicado pela editora moçambicana Missanga, está dividido em 3 Partes, com 18 Capítulos e 2 Apêndices. Dá um panorama dos desafios do desenvolvimento em Moçambique desde a Independência.

O livro faz uma observação detalhada de exemplos concretos, colhidos particularmente nas províncias de Nampula e Manica, e apoia abertamente a política de descentralização dos últimos anos que faz dos distritos o centro do desenvolvimento e do combate a pobreza।

De um modo geral os autores criticam as políticas ditadas pelos organismos financeiros internacionais, particularmente o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial। Focando com detalhes a questão do Caju no final dos anos 90, o livro parte para a afirmação de que, em muitos casos, se o governo de Moçambique fosse deixado sozinho a delinear as suas próprias políticas, podia obter melhores resultados.

Por outro lado, os Autores consideram negativa e irrealista a exagerada expectativa em torno do investimento estrangeiro como promotor do desenvolvimento do país, argumentando a favor de maior apoio do estado aos empreendedores nacionais। Dá exemplos muito pertinentes de outros países em desenvolvimento, como o Brasil ou a Índia. No caso específico do apoio ao desenvolvimento da agricultora, cita o Zimbabwe dos primeiros anos após a independência.

Um dos capítulos do livro mais controverso, é o que faz uma análise da corrupção vista tanto como motor de desenvolvimento quando promove empregos e cria riqueza, como perigoso travão quando só cria ricos que não criam riqueza।
"Há mais Bicicletas – mas há Desenvolvimento?".