quinta-feira, 5 de março de 2009

A Propósito da Crise Financeira Mundial


A SAÍDA É POLÍTICA E NÃO ECONÓMICA।

Percorri nestes últimos dias, numa série de pesquisas sobre o ponto de situação a que se encontra o mundo em relação a crise financeira mundial que o planeta enfrenta, Niall Ferguson, autor do livro The Ascent of Money, prevê que os efeitos da referida crise serão prolongados e antes do seu término haverá sangue, guerras civis irão ocorrer। Governantes moderados tornar-se-ão extremos, (sic). Já esta semana o ministro moçambicano da Planificação e Desenvolvimento Rural, Aiuba Cuereneia, fez saber que o Governo moçambicano revelou terça-feira que pelo menos dois dos 19 doadores do país, que anualmente financiam cerca de 50% o Orçamento moçambicano, estão a reavaliar a sua participação “devido à crise financeira”। Deste lado do campo, num ponto de vista muito particular, suponho que não dá para esperar coisa diferente, esta crise em que o planeta mergulhou nos últimos meses tem sua origem na raiz do sistema capitalista e por isso mesmo, será duradoura। Dela emergem outras questões fundamentais a serem enfrentadas, como a dívida pública dos países periféricos, dos quais não escapam os africanos, em particular Moçambique, a questão do desemprego global. As coisas parecem, mas não são। Parece que proprietários de imóveis irresponsáveis em conluio com credores gananciosos nos EUA, provocaram a o colapso geral que derrubou Bolsas, retraiu as vendas, enxugou o crédito, travou as engrenagens do sistema e fez muitas mais coisas das que vimos pela TV, ouvimos pela Rádio, lemos pelos jornais, e retroprojectam-se na nossa mesa de refeição, nas dificuldades de puder mandar as crianças a escola com material suficiente, em fim, nos altos níveis de insegurança pública que enfrentamos nas estradas. Resposta fácil para um problema complexo। Ilusão reduzir as coisas a este patamar de explicações, apesar de largamente utilizado por comentaristas económicos atónitos diante da falência repentina de suas teses neoliberais. Nosso planeta é acometido de uma doença que se arrasta há séculos denominada capitalismo, que como sugere o nome, acumular capital é sua sina। A enfermidade global recebe doses medicamentosas regulares que adiam os problemas e, não raro, não fazem mais efeito, provocando surtos permanentes e persistentes de crises. Assim, em muitos países africanos, já que a rolha foi puxada e o capital fictício desceu ralo abaixo, em questão de segundos, continua se recorrendo, agora de forma mais caprichosa e exagerada ao erário público para solicitar desavergonhadamente por auxílio, no que são prontamente atendidos। Encurralados, não havia outra saída: é melhor sacrificar o discurso do que o lucro. Mas é preciso ir mais além, como capitalizar os estados africanos, em particular Moçambique para fazer frente aos desafios sociais, provocando o estancamento imediato da sangria de riquezas do país através da interrupção do pagamento da dívida externa e interna, acompanhada de uma auditoria।
O que parece coisa de louco para o capital normalmente é saudável para o trabalho। Além do mais, Moçambique é um país estratégico no sentido de potencializar as acções das nações parceiras da África Subsahariana। Há um terreno amplo e favorável para aprofundar laços de cooperação económica, de imposição de novas políticas sociais no lugar do assistencialismo, de romper definitivamente com o quadro histórico de dominação, usurpação e espoliação do continente. Mas a grande perda mesmo será não aproveitar a conjuntura política continental e articular uma frente cujo lema bem poderia ser “Outra África é Possível”। A saída é política e não económica. Por: Zacarias Chambe (Estudante da Faculdade de Ciências Sociais, Curso de História Política e Gestão Pública pela Universidade Pedagógica-Nampula)

terça-feira, 3 de março de 2009

Morte de "Nino" Vieira : Guebuza condena


O PRESIDENTE da República, Armando Guebuza, disse ontem em Maputo ser inconcebível que nos dias de hoje haja pessoas que queiram alterar a ordem utilizando meios ilegais e inconstitucionais.