sexta-feira, 4 de julho de 2008

Tempo Mediocre para Moçambique








Sob a baforada de um imenso charuto, Winston Churchill definiu para um persistente repórter a diferença entre a vulgaridade e a grandeza na política: “O político medíocre preocupa-se com as próximas eleições, o verdadeiro estadista preocupa-se com as próximas gerações.”


Hoje, a parcela de poder político, económico e militar mundial decresce। Se inserirmos na moldura a posição ocupada pela China, dilui-se, mais ainda, a idéia-força do Ocidente como civilização capaz de afectar a política, a economia e a segurança do planeta. Sob o intenso processo de deslocamento de poder para o Oriente e a monumental carga de problemas do lado de cá, a assertiva de Churchill funciona como um puxão de orelhas nas lideranças desses tempos medíocres.

Onde estão os estadistas? Quem é capaz de apontar um deles dentre os actuais mandatários em Moçambique?


No ar, além da provocação fica o desafio para se apontar um estadista।


Enquanto isso, entendamos que o fenómeno da maré vazante se agiganta porque a modernidade mudou os eixos da política. Tudo foi por águas abaixo com o esfacelamento das doutrinas. A queda do Muro de Berlim representou um marco. A democracia representativa, em novo formato, saiu da sala de estar dos valores para entrar na cozinha dos negócios. O socialismo de ontem passou a acolher o livre mercado. Os conflitos mudaram a razão: a arena de interesses invadiu o campo das ideias. E os mecanismos clássicos da política - partidos, representantes, parlamentos, voto – perderam substância. A imagem de fundo, resplandecente, é a do Estado-Espetáculo, onde se erigiu o altar da personalização do poder. É aí, sob o holofote da média, que cresce uma floresta de narcisos.


O cidadanismo, por sua vez, constrói fortalezas para a defesa de segmentos। Multiplicam-se as entidades intermediárias.


Já a política partidária falha no atendimento aos anseios colectivos। A sociedade distancia-se da esfera política. Partidos queimam ideários. Em vez de escola de cidadania para formar líderes, transformam-se em abrigos para acolher pessoas que usam a representação como escada de ascensão. O conceito aristotélico de política – missão a serviço da utilidade colectiva – parece não caber no bolso do utilitarismo. O negócio político torna-se rentável, provocando ferocidade na competição.


Forte como nunca, o Executivo manobra o sistema parlamentar, surripiando parte de sua independência। A torneira aberta abre fissuras na malha administrativa. Maquinações envolvem empresários, políticos e quadros da administração. Os espaços abertos na administração vão contribuindo para expandir o PIB da corrupção.


Centrais Sindicais, partidos políticos e burocracia. A feição da política Moçambicana nunca esteve tão esburacada como nesses tempos de palanque aberto.Se o leitor chegou a este final sem haver descoberto um estadista da actualidade, não deve desistir. Faça um preito ao velho Winston, lutando, a seu modo, para formar cidadãos que pensem nas gerações futuras.

Verdades, Mentiras e Versões




Em que e em quem acreditar? “Qual é a verdade?”

Embaixador desmente morte de Mwanawasa


Alto-Comissário da Zâmbia em Moçambique, George Chilumanda, desmentiu informações postas ontem a circular dando conta da morte, em Paris, do Presidente Levy Mwanawasa, vítima de doença.

O estadista zambiano foi evacuado de emergência para a capital francesa, depois de ter sofrido um ataque cardíaco na terça-feira, no Egipto, onde participava na 11ª cimeira da União Africana. Segundo o diplomata zambiano, a notícia, veiculada inicialmente pela BBC, não passou de um simples rumor. Acrescentou que o presidente está a recuperar da doença. George Chilumanda lamentou o facto de a emissora britânica não se ter dignado contactar as autoridades zambianas antes da divulgação da notícia e exigiu a reposição da verdade. Em Lusaka, o porta-voz do Governo, Mike Mulongoti, disse que a notícia sobre a morte de Mwanawasa é falsa e maléfica. Mwanawasa é também presidente em exercício da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Presidente da Assembleia da República recebe Estado Maior General das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM)


O Presidente da Assembleia da república recebeu, quinta-feira, em audiência, no seu gabinete de trabalho, o Chefe do Estado Maior General das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), Paulino José Macaringue, com o qual debruçou-se das sobre os planos de modernização no sector militar no País.

Esta constitui a primeira visita que um alto dirigente militar nacional faz à Assembleia da República, o que foi descrito pelo Presidente Mulémbwè como o começo de uma nova era nas formas de relacionamento interinstitucional no Pais.

O Chefe do Estado Maior General disse, na ocasião, que está em curso, nas FADM, o processo de modernização daquele sector com vista a se capacitar para responder eficazmente aos desafios que o país enfrenta dos quais a luta contra a pobreza absoluta.

Julgamento dos cidadãos turcos: Réus condenados a um ano de prisão


O TRIBUNAL Judicial do Distrito Urbano 3, cidade de Maputo, condenou a 12 meses de prisão e seis meses de multa os dois cidadãos de nacionalidade turca, nomeadamente Yene Cubkou e Fatih Kombey, que, desde o dia 18 do mês passado, vinham sendo julgados pelo crime de ofensas corporais voluntárias simples a 17 crianças numa residência no bairro Triunfo. A sentença, lida na manhã de ontem, ditou igualmente que os acusados deverão pagar uma indemnização no valor de 75 mil meticais a cada um dos menores vítimas do crime.

Os dois cidadãos turcos eram acusados de co-autoria nos crimes de ofensas corporais voluntárias simples e maus tratos a 17 crianças que permaneceram por algum tempo sob os seus cuidados numa residência na zona do Triunfo.

Zambia

Presidente da Zâmbia, Levy Mwanawasa, 59 anos, formado em Direito. Critico do regime de Mugabe e que este, maldosamente, o acusou de estar ao serviço dos Ingleses.
Levy Mwanawasa (3 de Setembro de 1948 - 3 de Julho de 2008), advogado e político. Presidente de Zâmbia

Mwanawasa nascido Mufulira, segundo de 10 irmãos। Formado em direito pela Universidade da Zambia. Trabalhou para várias firmas de advogados de 1974 a 1978 quando criou o seu próprio escritório Mwanawasa & Company. Em 1985 Mwanawasa foi nomeado Procurador Geral no governo zambebiano regressando à actividade privada em 1986. O Presidente Frederick Chiluba nomeou-o vice-presidente em Dezembro de 1991।

Vida política
Atendendo ao seu perfil, pensava-se que iria suceder ao presidente Kenneth Kaunda। Antes da convenção do seu partido em 1990, foi insistentemente convidado a ser o candidato do Movimento para o Multipartidarismo – Partido Democrático (MMD), tendo no entanto recusado, alegando a sua inexperiência e juventude। Concorreu e aceitou um lugar no novo parlamento. A 8 de Dezembro de 1991 sofreu um grave acidente de viação no qual quase morreu tendo sofrido múltiplas fracturas. Ficou hospitalizado durante vários meses na África do Sul e permaneceu com uma ligeira deficiência na fala.

Vice-presidente
Mwanawasa foi Vice-Presidente até 1994 quando resignou, alegando a existência de forte corrupção e desvio de poder por parte de alguns seus colegas de governo। Em 1996 tentou, sem sucesso, derrotar o presidente Chiluba nas eleições para a presidência do seu partido governamental, retirando-se da política.

Eleições

Em Agosto de 2000, o Comité Nacional Executivo do MMD escolheu-o como seu candidato ás eleições presidenciais de 2001. Foi eleito no dia 27 de Dezembro, com apenas 29% dos votos nas primeiras eleições multi-partidárias, suplantando 10 outros candidatos, incluindo dois vice-presidentes. Tendo assumido a presidência a 2 de Janeiro de 2002, os resultados eleitorais forma legalmente contestado, havendo suspeitas de que o verdadeiro vencedor teria sido Anderson Mazoka que obtivera oficialmente 27% dos votos। Observadores nacionais e internacionais conformaram a existência de várias irregularidades no processo eleitoral। Tendo 3 candidatos requerido ao Supremo Tribunal a anulação das eleições, aquele órgão judicial, concordando na existência de irregularidades sentenciou, em 2005, que as mesmas não teriam tido influência no resultado final. Em 2005 o presidente, Mwanawasa pediu desculpa por falhar em retirar o pais da pobreza. Cerca de 75$ da população vive com menos de 1 dólar americano por dia, o indicador das Nações unidas para a pobreza absoluta.
Eleições
Mwanawasa concorreu a um segundo mandato nas eleições de 28 de Setembro de 2006. Michael Sata era o o seu principal oponente, tendo no entanto Mwanawasa ganho, com 43% dos votos. Rubian Banda foi nomeado vice-presidente।


Workshop Secretariado-Geral da Assembleia da República

O Secretariado-Geral da Assembleia da República em coordenação com o Fórum Parlamentar da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) está desde ontem a capacitar, em Workshop, os seus quadros de direcção, em matérias de Liderança, no Centro Internacional de Conferências Joaquim Chissano, em Maputo।

Falando na sessão de abertura, o Secretário-Geral Substituto da Assembleia da República, Baptista Ismael Machaieie, disse que o workshop será uma válida oportunidade para se avaliar os passos dados, rumo à elaboração do novo Plano Estratégico da Assembleia da República de Moçambique, para os próximos cinco anos।

“ Neste workshop será feita uma profunda reflexão sobre matérias ligadas ao nosso trabalho quotidiano, com a finalidade de aumentar os níveis do nosso desempenho e da nossa prestação nas diversas funções de servidores dos dignos representantes do nosso povo, dos fiscalizadores das actividades do governo e dos legisladores”, segundo revelou Machaieie।

Ajuntou que o workshop vai dotar os funcionários parlamentares moçambicanos de conhecimentos e informações que irão contribuir para o aumento das suas habilidades pessoais e capacidade técnico-profissional।

No programa do workshop constam temas actuais e de vital importância para a maximização do apoio técnico-administrativo à actividade parlamentar, dentre os quais: a responsabilidade dos funcionários parlamentares vis-a-vis deputados, Governos, sociedade civil e a comunicação social; e a contribuição dos parlamentos no âmbito das negociações e implementação dos instrumentos da integração regional।

Serão igualmente abordados assuntos contemporâneos, tais como género e as tecnologias de informação e comunicação।

Para além de especialistas Moçambicanos, tais como: Dr।Joao Ubisse Nguenha-Juiz Conselheiro do Tribunal Constitucional; Prof.Dr. Gilles Cistac-Director Adjunto para Pesquisa da Faculdade de Direito da Universidade Eduardo Mondlane (UEM), o evento conta igualmente com especialistas provenientes da Região Austral de África.

Numa iniciativa da Assembleia da República, o workshop conta com a organização do Centro de Liderança Parlamentar (CLP) do Fórum parlamentar da SADC, Fundação para o reforço de Capacidades em África (ACBF), Programa das Nações Unidas para o desenvolvimento (PNUD) e da Universidade Eduardo Mondlane (UEM).

terça-feira, 1 de julho de 2008

NA DESCONSTRUÇÃO DA DEMOCRACIA

“ O Elo Democrático Parlamento nacional + sociedade Acabou ? "

A democracia surgiu na Grécia há mais ou menos 2।500 anos। De todos os regimes, embora com falhas, ainda assim, é o melhor de todos। O principal ideal da democracia é o dever do cidadão de participar da vida político/administrativa do seu país. Todo cidadão tem esse dever. Na 1ª década a.C. a aristocracia grega começou a ser questionada pelos homens livres. O legislador Dragon entrou em acção e não conseguiu conter os conflitos. O legislador Solon fez o mesmo e também não conseguiu. Pelos idos de 561 a.C., Psístrato, tomou o poder em Atenas e ficou uns 19 anos fazendo reformas. Quando morreu a aristocracia tentou um golpe de estado para voltarem ao poder. Entra em cena o Clístenes que impediu o golpe e fez mais reformas, lançando o lastro do regime democrático em Atenas. Dessa feita dá para concluir que a democracia ateniense era o regime dos homens livres e capacitados a fazer política. E a democracia chegou aos dias de hoje. Em Moçambique ela venceu, entre outras "guerras", a ditadura. E, pasmem, nossos actuais políticos estão conseguindo desconstruir a democracia. E hoje os nossos parlamentares estão conseguindo se desvincular da sociedade Moçambicana. O elo democrático "Parlamento nacional + sociedade" acabou. A impunidade que os políticos chamam de “imunidade parlamentar” os torna omnipotentes, omnipresentes e outros 'Oni deuses', agindo somente em nome deles, sem respeito à sociedade que os colocou lá naquela sodomia política moçambicana. Não há em Moçambique um "Clístenes" que possa impedir esse assalto ao país???? ?Dos políticos que se dizem honestos/respeitados/capazes/profissionais/...não há um deles que possa impedir essa desconstrução democrática????? ?Há, na nossa rica corte parlamentar moçambicana, alguma evidência que nos explique ????

Dhlakama pede encerramento da Embaixada do Zimbabwe em Maputo


O líder da Renamo, Afonso Dhlakama apelou para o governo mandar encerrar a Embaixada do Zimbabwe em Maputo. O presidente do maior partido da oposição em Moçambique fez este apelo aquando da sua chegada a Maputo, proveniente da capital francesa onde esteve a participar em reuniões de partidos de centro e direita agrupados na UDI, organização de que é vice-presidente. Dhlakama sustentou que o Governo de Moçambique liderado por Armando Guebuza ainda não reconheceu a reeleição de Mugabe e defendeu que seria oportuno encerrar a embaixada do Zimbabwe em Maputo.

MIA Couto apresentou recentemente em Maputo o seu mais recente livro, o romance “Venenos de Deus, Remédios do Diabo”.


MIA Couto apresentou recentemente em Maputo o seu mais recente livro, o romance “Venenos de Deus, Remédios do Diabo”. É o 23º deste que é o autor moçambicano mais lido interna e externamente.
As vendas no país e as traduções para inglês, francês, italiano, espanhol, alemão, dinamarquês, hebraico... são o espelho do quão apetecível é este escritor।


O novo livro marca uma certa viragem na escrita de Mia Couto: se ele se fez famoso numa carreira de quase três décadas inventando palavras – é conhecido como “o inventor da língua” –, nos venenos e remédios que agora oferece à literatura a faceta já não é essa। É simplesmente a de um imaginativo comunicador, contador de uma história desdenhável à priori mas que com o fluir das páginas se revela apetecível, porque nos faz debater o que pensamos saber mas que na verdade... ignoramos.


É assim este “Venenos de Deus, Remédios do Diabo”, também autor de “Terra Sonâmbula” e “ Varanda do Frangipani”

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Workshop




O Secretariado-Geral da Assembleia da República em coordenação com o Fórum Parlamentar da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) vai capacitar esta semana, em Workshop, os seus quadros de direcção, em matérias de Liderança, nos dias 2 e 4 de Julho, a partir das 9h00, no Centro Internacional de Conferências Joaquim Chissano, em Maputo.

Comissões da AR Fiscalizam Trabalho do Executivo

As Comissões de Trabalho da Assembleia da República realizam, a partir desta semana, visitas de trabalho às províncias do País com o objectivo de fiscalizar a implementação do Programa Quinquenal do Governo 2005/2009.

Com efeito, a Comissão dos Assuntos Sociais, do Género e Ambientais vai visitar, em grupos de trabalho, a partir do dia 5 de Julho próximo, as províncias de Nampula, Zambézia, Tete, Inhambane e Gaza. Durante esta visita, que se prolongará até ao dia 20 de Julho, a Comissão deverá se inteirar sobre as intervenções do Executivo nas áreas de Saúde, Educação, Trabalho, Desporto, Mulher e Acção Social, Criança e Assuntos Religiosos.

A Comissão das Relações Internacionais visita, de 1 a 10 de Julho próximo, os postos fronteiriços de Milange e Morrumbala, na Província central da Zambézia, e o Projecto de Areias Pesadas em Moma e o Centro de Refugiados de Marretane, na Província nortenha de Nampula, tendo como objectivo a fiscalização da implementação do Plano Quinquenal do Governo nas áreas de relações internacionais.

A Comissão de Petições vai realizar, a partir desta segunda-feira até ao dia 14 de Julho, uma série de Audições Parlamentares com várias instituições, das zonas sul e centro do País, no âmbito das petições, queixas e reclamações submetidas à análise da Assembleia da República.

A Comissão de Agricultura, Desenvolvimento Regional, Administração Pública e Poder Local está a proceder aos últimos acertos com vista a iniciar, a partir do Dia 5 de Julho corrente, uma série de auscultações públicas, nas Províncias, sobre a Proposta de Lei que aprova o Estatuto Geral dos Funcionários do Estado. Para a materialização deste propósito a Comissão deverá se dividir em três grupos para as zonas norte, centro e sul do País.

Never give up


Algumas figuras na vida da beira




AO longo dos 100 anos muitas foram as figuras que, cada uma à sua maneira, contribuíram pedra a pedra para que a cidade da Beira fosse o que hoje é.

Recordamos, mesmo assim, nomes como o do D. Sebastião Soares de Resende, primeiro bispo da Beira e algumas figuras sobretudo do meio desportivo e cultural, na certeza de que muitas outras ficaram fora desta lista por absoluta escassez de informações e fontes.


Dom Sebastião Soares de Resende, o primeiro Bispo Católico da Beira, nascido a 14 de Julho de 1906, em Milheiros de Poiares (Porto), em Portugal, trabalhou na Beira, entre 1943 a 1967।



Segundo o Boletim do Arquivo Histórico de 1989, Sebastião Resende era considerado pelas autoridades portuguesas do seu tempo um “quebra cabeças” pelas insistentes críticas à política colonial, temido pelos administradores das circunscrições administrativas da área da sua diocese।



A história referente ao Bispo foi da lavra do académico moçambicano Gulamo Tajú। Conta-se com mais pormenores a titânica luta que aquele clérigo travava para libertar o homem da escravidão.



Recorreu-se à intimidade do diário pessoal de Dom Resende, no qual exprimia os seus sentimentos sobre o que via no seu quotidiano। Num dos trechos, o Bispo escreveu em Agosto de 1944 que “é preciso que cesse o abuso de se construir grandes fortunas com o sangue dos pretos”.

Devido aos abusos constantes que se assistiam na era colonial, aquele Bispo fundou um jornal, o actual “Diário de Moçambique”।

Antes disso, o mesmo havia escrito em Outubro de 1944, no seu diário pessoal, um longo trecho com os seguintes dizeres: “há muitas serrações à beira do Caminho de Ferro। Os pretos vestem saco e vi que alguns trabalham no sábado à tarde. Não há maneira de convencer que os pretos são pessoas humanas. Quero desembaraçar-me de certos assuntos para me consagrar a ver estes acampamentos e verificar o que há de condenável em tudo isto. Uma vez que conheça abusos hei-de empregar todos os meios para debelar, ainda que seja a imprensa”.

D. Sebastião Soares de Resende foi assim uma figura transcendental no desenvolvimento da cidade da Beira। Os seus restos mortais jazem logo à entrada do Cemitério da Santa Isabel no centro da cidade da Beira.

DAVID MAZEMBE

David Mazembe, músico que deixou de estar no mundo dos vivos, é tido como percursor da música de raiz moçambicana por estas bandas. Através da investigação a partir da base, desenvolveu várias ritmos das regiões da província de Sofala. Mazembe, que desde os seus primeiros 12 meses viveu na cidade da Beira, é apontado por vários artistas por nós contactados como sendo uma das lendas viva da música ligeira moçambicana.

Mazembe foi dançarino, actor e cantor। Ele começou a carreira artística a partir de 1971, época colonial, como intérprete do soul music.

Mazembe, versava em suas obras as questões sociais, razão pelo qual se tornou muito cedo num cantor popular। Todas as suas obras têm sempre a base na raiz tradicional.

“Mazembe foi a peça fundamental do projecto Ndongue é um projecto que nós desenvolvemos, que foi a Companhia de Canto e Dança da Casa Cultura de Sofala”,.

FAMÍLIA CONDE

A família Conde, que se evidenciou na área desportiva na cidade da Beira, em particular e no país, em geral, é tida como tendo desempenhado um papel preponderante para o desenvolvimento do desporto।

Orlando Conde, em representação da família, disse que a educação física na escola primária António Enes, actual Heróis Moçambicanos, foi o que evidenciou o amor pelo desporto para toda a família।

“Felizardo, eu (Orlando), Almiro, Geraldo, Elcídio, Perides e Chiquinho, iniciamos todos a actividade desportiva na escola primária António Enes, hoje Heróis Moçambicanos। Na escola davam educação física e qualquer um de nós evidenciou-se nas modalidades que na altura se leccionavam na escola.

Foi assim que entramos no Ferroviário da Beira। Neste clube, o mais velho, Felizardo, já falecido, foi o primeiro a jogar Hóquei em Patins. Mais tarde eu fui jogar basquetebol”.

Orlando disse que o exercício não só da família Conde, como dos outros que se evidenciaram na actividade desportiva teve um aspecto importante, principalmente na era colonial। “Nós afirmamo-nos numa sociedade em que não éramos conhecidos, mas deixamos a marca, e os que se afirmavam seres superiores não atingiam o nível técnico que nós atingimos”.

Conde lamentou o facto de a nova geração ter deixado de tê-los como uma referência, apesar de reconhecer que algumas pessoas pelo menos conhecem e reconhecem os feitos do seu mais novo, Chiquinho, neste caso particular comentou da seguinte maneira: “estou em crer que Chiquinho marcou a sua época e hoje sente-se que algumas pessoas falam dele”।
Ainda sobre este dilema em que acusa a falta de referência em alguns círculos, Conde deixou claro que não está a reivindicar qualquer titulo ou uma coisa parecida, mas “como se pode depreender, volvidos todos estes anos depois da Independência, modéstia à parte, até hoje ainda não apareceu nenhum jogador a fazer aquilo que eu fazia, para que pudesse apagar a minha imagem। Há aqui pessoas que viveram os meus momentos, mas estranhamente não falam disso agora. Em Portugal as pessoas ainda falam de Matateu, Eusébio, Simões e outros nomes que fizeram história”.

Falando sobre o centenário da cidade da Beira, Conde, que nasceu a 23 de Dezembro de 1954 naquela urbe, disse tratar-se de um momento de alegria।

Disse que há falta na cidade da Beira de grandes projectos para catapultar a vida económica da urbe। “A cidade está a ficar diferente, se tivermos que comparar com os outros tempos e também em termos de limpeza, com outras cidades, a Beira é bonita.

Orlando Conde é hoje homem de negócios e diz mesmo que a vida familiar é estável। “Almiro é bancário, Geraldo é economista, Elcídio está na EDM, Chiquinho, que faltam-lhe dois anos para terminar o curso de engenharia civil, quer apostar no desporto, a única irmã que nós temos, a Ivette, está connosco na Beira, estamos bem. Eu emprego 28 pessoas, para o ano irei expandir para 40. O meu apelo é que todos os beirenses e amigos da Beira venham investir na nossa cidade para desenvolvermos a nossa economia”.

RUI MARCOS

Ainda este ano a cidade da Beira viu partir uma das suas grandes figuras। Trata-se de Rui Marcos que teve o mérito de ser o primeiro capitão da selecção de futebol de Moçambique independente. Rui Marcos era igualmente de uma família de futebolistas como foram os casos de Landocha e Marcoto, que se notabilizaram ao serviço do Ferroviário e do Sporting, depois Palmeiras da Beira.

No hóquei em patins houve nomes como o Gilberto Correia। No basquete Augusto Vaz que durante muitos garantiu que a modalidade não desaparecesse principalmente depois da independência nacional.

Uma referência aqui para a equipa principal de futebol do Têxtil do Púnguè que foi campeã nacional em 1981, o único titulo de que Sofala e a Beira se orgulham até este momento। Estavam nessa célebre equipa nomes como Betinho e Totó, falecidos, Lucas II, Nico, Manecas, Maenga, Chinguia e outros.

CARLOS BEIRÃO

Para falarmos deste artista que se notabilizou na cidade da Beira, e que fez furor nas artes plásticas, na música, no desporto, na literatura na recreação, contactamos o músico Jorge Mamad, que conviveu com finado durante muitos anos naquela urbe।

Mamad recordou que Carlos Beirão foi uma das pessoas que revolucionou o carnaval na cidade da Beira e desde que perdeu a vida o carnaval deixou de existir।

É que para Beirão, o trabalho devia sempre ter perfeição। “Foi uma das pessoas que mexia com a arte na Beira, era uma referência. Tínhamos uma feira comercial que funcionou na Casa dos Bicos, sob sua direcção. Como pessoa, ele gostava de ensinar, se houvesse qualquer problema que pusesse alguém a zangar, sempre procurava dialogar. Veja que foi com a sua incondicional ajuda que foi criada uma das maiores bandas musicais da cidade, o agrupamento Rastilho”.
Beirão deixou vários quadros artísticos e gravou entre outras músicas na RM, a Katchulima e Wataica João।

Beirão teve uma grande contribuição no basquetebol no qual ganhou o único titulo nacional de seniores femininos pelo Ferroviário da Beira। Na literatura escreveu muita poesia alguma da qual vem antologiada em “As Palavras Amadurecem”, edições Diálogo, do jornal Diário de Moçambique.

Na musica outras figuras deram muito à cidade da Beira, tais são os casos de Thazi, provavelmente o mais popular de todos, Romualdo, Madala, Jah Bee, Orlando Reis, Inácio de Sousa e outros. Na literatura há nomes como Ascêncio de Freitas, Heliodoro Baptista, Simião Cachamba, Bahassane Adamogy







Honra aos caídos no combate pela Liberdade!


Samora Machel nomeia 1º Governo da então RPM

Aos 29 de Junho de 1975, o falecido Presidente Samora Machel assinou um decreto de nomeação do primeiro Conselho de Ministros da então República Popular de Moçambique, passam hoje 33 anos.

O primeiro Conselho de Ministros de Moçambique era constituído por quinze ministérios sob a direcção do Presidente da República, a saber: Ministério do Estado na Presidência; Ministério da Defesa Nacional; Ministério do Interior; Ministério do Desenvolvimento e Planificação Económica; Ministério dos Negócios Estrangeiros; Ministério da Justiça; Ministério da Informação; Ministério da Educação e Cultura; Ministério da Indústria e Comércio; Ministério da Agricultura; Ministério das Finanças; Ministério do Trabalho; Ministério dos Transportes e Comunicações; Ministério da Saúde e Ministério das Obras Públicas e Habitação.

Para dirigir essas instituições foi nomeado o Conselho de Ministros tinha a seguinte composição:

Marcelino dos Santos, Vice – Presidente da Frelimo, Ministro do Desenvolvimento e Planificação Económica; Joaquim Alberto Chissano, membro do Comité Central e do Comité Executivo da Frelimo, Ministro dos Negócios Estrangeiros; Alberto Joaquim Chipande, membro do Comité Central e do Comité Executivo, Ministro da Defesa Nacional; Armando Emílio Guebuza, membro do Comité Central e do Comité Executivo, Comissário Político Nacional, Ministro do Interior; Jorge Rebelo, membro do Comité Central e do Comité Executivo, Ministro da Informação; Mariano Matsinha, membro do Comité Central, Ministro do Trabalho; Sebastião Marcos Mabote, membro do Comité Central, Vice-Ministro da Defesa Nacional; Armando Panguene, membro do Comité Central, Vice-Ministro dos Negócios Estrangeiros; José Óscar Monteiro, membro do Comité Executivo, Ministro de Estado na Presidência; Joaquim Ribeiro de Carvalho, membro do Comité Executivo, Ministro da Agricultura; Daniel Saul Mbanze, membro do Comité Executivo, Vice-Ministro do Interior; Graça Simbine, Ministra da Educação e Cultura; Hélder Fernando Brígido Martins, Ministro da Saúde; Mário da Graça Machungo, Ministro da Indústria e Comércio; José Luís Cabaço, Ministro dos Transportes e Comunicações; Rui Baltazar dos Santos Alves, Ministro da Justiça; Júlio Zamith Carrilho, Ministro das Obras Públicas e Habitação e Salomão Munguambe, Ministro das Finanças।
O Vice-Ministro da Defesa Nacional Sebastião Marcos Mabote exerceu cumulativamente as funções de Chefe do Estado-Maior General das Forças Populares de Libertação de Moçambique.

ELEIÇÕES NO ZIMBABUÉ

Mugabe vence eleições com 90,2 dos votos
Robert Mugabe, de 84 anos, 24 dos quais no poder, foi investido como Presidente do Zimbabué, naquele que é o sexto mandato.