sábado, 19 de julho de 2008

90 Anos do maior líder político da História Moderna.



Nelson Rolihlahla Mandela (Qunu, 18 de Julho de 1918) é um advogado, ex-líder rebelde e ex-presidente da África do Sul de 1994 a 1999. Principal representante do movimento antiapartheid, como activista, sabotador e guerrilheiro. Considerado pela maioria das pessoas um guerreiro em luta pela liberdade, era considerado pelo governo sul-africano um terrorista. Passou a infância na região de Thembu, antes de seguir carreira em Direito. Em 1990 foi-lhe atribuído o Prémio Lênin da Paz, que foi recebido em 2002.

Actividade política

Como jovem estudante de direito, Mandela envolveu-se na oposição ao regime do apartheid, que negava aos negros (maioria da população) direitos políticos, sociais e económicos. Uniu-se ao Congresso Nacional Africano (conhecido no Brasil pela sigla portuguesa, CNA, e em Portugal pela sigla inglesa, ANC) em 1942, e dois anos depois fundou com Walter Sisulu e Oliver Tambo (entre outros) uma organização mais dinâmica, a Liga Jovem do ANC/CNA।

Depois da eleição de 1948 dar a vitória aos africâners Partido Nacional apoiantes da política de segregação racial, Mandela tornou-se activo no CNA, tomando parte do Congresso do Povo (1955) que divulgou a Carta da Liberdade - documento contendo um programa fundamental para a causa antiapartheid।

Comprometido de início apenas com actos não violentos, Mandela e seus colegas aceitaram recorrer às armas após o massacre de Sharpeville (21 de Março de 1960), quando a polícia sul-africana atirou em manifestantes negros, desarmados, matando 69 pessoas e ferindo 180 - e a subsequente ilegalidade do CNA e outros grupos antiapartheid।

Prisão

Em 1961 tornou-se comandante do braço armado do CNA, o chamado Umkhonto we Sizwe ("Lança da Nação", ou MK), fundado por ele e outros. Mandela coordenou uma campanha de sabotagem contra alvos militares e do governo, fazendo também planos para uma possível guerrilha se a sabotagem falhasse em acabar com o apartheid; também viajou em colecta de fundos para o MK, e criou condições para um treinamento e actuação paramilitar do grupo।

Em Agosto de 1962 Nelson Mandela foi preso após informes da CIA à polícia sul-africana, sendo sentenciado a 5 anos de prisão por viajar ilegalmente ao exterior e incentivar greves. Em 12 de Junho de 1964 foi sentenciado novamente, dessa vez a prisão perpétua (apesar de ter escapado de uma pena de enforcamento), por planejar acções armadas, em particular sabotagem (o que Mandela admite) e conspiração para ajudar outros países a invadir a África do Sul (o que Mandela nega)। No decorrer dos vinte e seis anos seguintes, Mandela se tornou de tal modo associado à oposição ao apartheid que o clamor "Libertem Nelson Mandela" se tornou bandeira de todas as campanhas e grupos anti-apartheid ao redor do mundo.

Enquanto estava na prisão, Mandela enviou uma declaração para o CNA (e que viria a público em 10 de Junho de 1980) em que dizia: "Unam-se! Mobilizem-se! Lutem! Entre a bigorna que é a acção da massa unida e o martelo que é a luta armada devemos esmagar o apartheid!" [1]

Recusando trocar uma liberdade condicional pela recusa em incentivar a luta armada (Fevereiro de 1985), Mandela continuou na prisão até Fevereiro de 1990, quando a campanha do CNA e a pressão internacional conseguiram que ele fosse libertado em 11 de Fevereiro, por ordem do presidente Frederik Willem de Klerk. O CNA também foi tirado da ilegalidade.
Nelson Mandela e Frederik de Klerk dividiram o Prémio Nobel da paz em 1993.

Presidência do CNA e presidência da África do Sul

Como presidente do CNA (de Julho de 1991 a Dezembro de 1997) e primeiro presidente negro da África do Sul (de Maio de 1994 a Junho de 1999), Mandela comandou a transição do regime de minoria no comando, o apartheid, ganhando respeito internacional por sua luta em prol da reconciliação interna e externa. Alguns radicais ficaram desapontados com os rumos de seu governo, entretanto; particularmente na ineficácia do governo em conter a crise de disseminação da SIDA/AIDS

Mandela também foi criticado por sua amizade próxima para com líderes como Fidel Castro (Cuba) (Fidel se opôs ferrenhamente ao apartheid, ao contrário dos EUA) e Muammar al-Gaddafi (Líbia), a quem chamou de "irmãos das armas". Sua decisão em invadir o Lesoto, para evitar um golpe de estado naquele país, também é motivo de controvérsia।

Casou-se três vezes. A primeira esposa de Mandela foi Evelyn Ntoko Mase, da qual se divorciou em 1957 após 13 anos de casamento. Depois casou-se com Winnie Madikizela, e com ela ficou 38 anos, divorciando-se em 1996, com divergências políticas entre o casal vindo a público. No seu 80º aniversário, Mandela casou-se com Graça Machel, viúva de Samora Machel, antigo presidente moçambicano e aliado do CNA।

Formou-se em Direito e desde cedo deu inicio à sua actividade política। Com a implantação do regime apartheid no país, no fim da década de 40, assumiu frontalmente a sua oposição à segregação e aos preconceitos raciais. Em consequência foi sujeito à prisão e julgamento em 1962, sendo apenas libertado pelo presidente Frederik de Klerk em 1990. Mandela tornou-se então líder do Congresso Nacional Africano (ANC), do qual já de à muito se tornara referência. A sua experiência de luta contra o apartheid, a sua postura de moderado no período de transição para uma ordem democrática sem segregação, o claro objectivo de operar a reconciliação nacional que norteou as suas relações com o Presidente de Klerk, valeram-lhe um inesgotável prestígio no país e no estrangeiro. Mandela é provavelmente o político com maior autoridade moral no continente Africano, o que lhe tem permitido desempenhar o papel de apaziguador de tensões e conflitos.

Em 1993, com de Klerk, recebeu o Prémio Nobel da Paz, pelos esforços desenvolvidos no sentido de acabar com a segregação racial. Em Maio de 1994, tornou-se ele próprio o presidente da África do Sul, naquelas que foram as primeiras eleições multirraciais do país. Cercou-se, para governar, de personalidades do ANC, mas também de representantes de linhas políticas.

Afastamento da política

Após o fim do mandato de presidente, em 1999, Mandela voltou-se para a causa de diversas organizações sociais e de direitos humanos. Ele recebeu muitas distinções no exterior, incluindo a Ordem de St. John, da rainha Isabel II, e a Medalha presidencial da Liberdade de George W। Bush.

Ele é uma das duas únicas pessoas de origem não-indiana a receber o Bharat Ratna - distinção mais alta da Índia - em 1990. (A outra pessoa não-indiana é a Madre Teresa de Calcutá.)
Em 2001 tornou-se cidadão honorário do Canadá e também um dos poucos líderes estrangeiros a receber a Ordem do Canadá।

Em 2003, Mandela fez alguns pronunciamentos controversos, atacando a política externa do presidente Bush. No mesmo ano, ele anunciou seu apoio à campanha de arrecadação de fundos contra a SIDA (ou AIDS, no português brasileiro) chamada 46664 - número que lembra a sua matrícula prisional।

Em Junho de 2004, aos 85 anos, Mandela anunciou que se retiraria da vida pública. Sua saúde tem sofrido abalos nos últimos anos e ele deseja aproveitar o tempo que lhe resta com a família. Fez uma excepção, no entanto, por seu compromisso em lutar contra a SIDA/AIDS. Naquele mesmo mês ele viajou para a Indonésia, a fim de discursar na XV Conferência Internacional sobre a SIDA/AIDS।

Em Novembro de 2006, foi premiado pela Amnistia Internacional com o prémio Embaixador de Consciência 2006 em reconhecimento à liderança na luta pela protecção e promoção dos direitos humanos।

Em Junho de 2008 foi realizado um grande show em Londres em homenagem aos seus 90 anos, onde participaram vários cantores mundialmente conhecidos.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Antigos combatentes reescrevem história da luta
















Numa altura em que se comemora a passagem dos 40 anos da realização do II Congresso da Frente de Libertação de Moçambique, uma brochura contendo a história da luta armada de libertação nacional poderá ser lançada ainda no corrente ano em Sofala, numa acção que está sendo preparada pelo Governo provincial em coordenação com a Direcção Provincial para os Assuntos dos Antigos Combatentes.

Com a brochura a ser produzida, pretende-se contribuir para o conhecimento da história dos 10 anos de expulsão do colonialismo português em Moçambique।

Julgamos que todos os que tenham neste momento histórias sobre a nossa luta de libertação nacional podem contactar os serviços para os Antigos Combatentes por forma a deixaram o seu registo para o enriquecimento da brochura

quarta-feira, 16 de julho de 2008

“WE USE TO BE AFRICANS”-Hugh Masekela, NO V-FESTIVAL NACIONAL DE CULTURA









Percorrendo os cantos do país através da diversidade cultural




XAI-XAI é por estes dias a capital de Moçambique no domínio das artes e cultura, fruto da realização, aqui, da fase final do V Festival Nacional de Cultura, que desde sexta-feira junta perto de 800 artistas seleccionados em todas as províncias do país mais outros, de palmo e meio, escolhidos nas escolas primárias e secundárias da capital provincial de Gaza।

A fase final desta realização que o Governo lançou em Maio e que rodou anteriormente etapas distritais e provinciais está a ser caracterizada por um convívio salutar e raro entre os moçambicanos provenientes de todos os cantos do seu território।

É possível ver-se em Xai-Xai pessoas vindas de um ou de outro canto de Moçambique a trocar impressões com compatriotas de outras paragens (ao invés de apenas estarem entre si e consoante a província de origem), o que pode traduzir num dos objectivos deste festival: fazer com que os moçambicanos se conheçam a si próprios através das suas tradições, línguas e outros valores que desembocam na cultura.

O V Festival Nacional de Cultura abarca três principais componentes: as artes cénicas (canção, dança, música e teatro), artes visuais (arte, artesanato e fotografia) e feiras (livro e disco, video-documentário e longas metragens e gastronomias e moda), para além de programas complementares como workshops sobre temas meramente culturais e visitas a locais que testemunham parte do percurso histórico deste país, casos de Nwadjahane, o berço do herói nacional Eduardo Mondlane, ou Coolela e Chaimite, palcos de episódios de resistência à ocupação portuguesa às terras do Império de Gaza, que ruiu ao cair aos pés dos invasores europeus em 1895।

Vários episódios – alguns deles curiosos – também marcam um evento que vinha sendo preparado há vários meses tanto a nível central como localmente। Por exemplo, apesar do festival ser nacional e por isso para todos os moçambicanos e estrangeiros que por estes dias se deslocaram à Xai-Xai, os habitantes desta pequena cidade quase que gazetearam ao evento.

O V Festival Nacional de Cultura tem artes e artes। Estamos habituados a ir a um festival multidisciplinar e assistir a actuações de música, dança, teatro ou outra modalidade cultural. Mas em Xai-Xai há uma delegação que trouxe na bagagem um condimento especial: cobras, umas pequenas e outras grandes, esverdeadas, potencialmente perigosas mas bem domadas, como que conscientemente convidadas para fazerem parte de uma coreografia estranha. São artistas da Zambézia, com a famosa “dança das cobras” que constitui uma das principais surpresas – agradável e ao mesmo tempo desagradável – deste evento.

Um artista desta delegação, a quem quisemos saber da coragem e da motivação em trazer estas perigosas criaturas para um palco de celebração da moçambicanidade, como foi apelidado o festival, comentou nos seguintes termos o envolvimento de cobras na dança: “se as cobras fossem tão más como as pessoas pensam, elas já me teriam picado as mãos, o pescoço ou as costas, mas como não são, pelo contrário sabem amar mais do que muitas pessoas, elas estão aqui a participar no festival”।

Curioso é que ao mesmo tempo que impressiona, a dança das cobras é um mar de arrepios. Ao mesmo tempo que elas são estrelas em palco, o público que acompanha as actuações divide-se em comentários: “bruxaria também é cultura”, “aquelas cobras são de pessoas”, “onde já se viu isso, querem fazer-nos sonhar cobras à noite”...

Para além da exibição artística em si, o V Festival Nacional de Cultura engloba alguns workshops sobre o andamento de diversas áreas culturais e de conhecimento। É o caso de um havido sábado na Escola Secundária de Xai-Xai sobre a importância do livro para a sociedade.

O workshop contou com a participação de alguns membros da Associação dos Escritores Moçambicanos (AEMO), nomeadamente o respectivo secretário-geral, Jorge Oliveira, ou o escritor Ungulane Ba Ka Khosa। A agremiação lançou o seu memorial – que corresponde ao percurso da literatura moçambicana no pós-independência – e o livro “Mbila e o Coelho”, de Rogério Manjate. Esta obra foi lançada mês passado em Maputo.

Foi notável a presença de Marcelino dos Santos, veterano da luta de libertação nacional e homem intrinsecamente ligado à cultura e artes do nosso país, O nosso compatriota Jimmy Dludlu e o sul-africano Hugh Masekela

segunda-feira, 14 de julho de 2008

MATÉRIA PARA TESE EM SOCIOLOGIA POLÍTICA



Está a ocorrer no nosso país um fenómeno sociologicamente interessante e politicamente inquietante, ou vice-versa। Refiro-me à emergência de políticos politicamente incorrectos, alguns eticamente pouco recomendáveis.


Do ponto de vista de pedagogia política não vejo mal nisso. Mas também acho que os nossos bem-pensantes deveriam estudar as raízes sociológicas e políticas de determinados comportamentos


O Presidente do Partido Independente de Moçambique (PIMO), Yá-Qub Sibindy, propôs um novo modelo de democracia para África, em substituição do actual, que considera inadequado para a realidade africana। Segundo Yá-Qub Sibindy, a democracia no chamado continente negro deve assentar num triângulo, com o vértice formado pelos doadores e os restantes dois ângulos pelos partidos ganhadores das eleições (no poder) e na oposição।


Funcionalismo Público e Sociedade Moçambicana.



Para muitos o serviço público é essencial para consolidar o crescimento de um país e o seu desenvolvimento, visto que, somos vítimas de um grupo de pessoas que comandam e manipulam um sistema, em nenhum momento eles põe em práticas políticas públicas que visam as suas melhorias, sob alegação de que faltam verbas, mas sabemos, o que realmente falta é responsabilidade política...


Alguns na tentativa de eximir-se da culpa nos apresentam medidas oportunistas a fim de suceder repetida regularização de seus intuitos improdutivos, alternando com a falta de competência, em recíproca, aos que antecederam seus mandatos, tornando intolerável seus feitos, como exemplo poderia citar alguns concursos públicos que surgem em momentos que antecedem eleições, ainda que dentro do tempo permitido por lei, seria a forma de se mostrar "bom"aos olhos dos que fazem parte do funcionalismo, dos que almejam entrar e dos que necessitam de um serviço público com qualidade।


E sem falar das tramitações sobre aumentos irrisórios de salários que pairam em todo país।


Amigos leitores e eleitores fiquem de olhos abertos nas próximas eleições...


O serviço público carece sim de investimento e os servidores merecem uma atenção especial, implícito ao que refere bons salários, condições dignas de trabalho e suporte para o bom exercício de suas funções, é o mínimo que se pode esperar dos nossos queridos governantes।


A estrutura gerada para o funcionalismo é inconcebível, porém não descarta apercepção que temos ao longo de todo processo, ou seja, é necessário que o funcionário tenha consciência de que a mudança começa por si próprio dentro das repartições públicas।
Não justifica ao funcionário o acto hostil e o humor ao extremo, factos marcantes dentro dos hospitais públicos onde a matéria-prima é a vida humana। Não vou abrir nenhum precedente pois o humor do funcionalismo de uma forma geral vem sendo despejado de maneira injusta naqueles que passam noites em filas sem nenhuma reacção de resposta para suas pretensões।


O funcionalismo tem a sua parcela de culpa, somos todos responsáveis por parte do caos em que se encontra o serviço público Moçambicano। Mas cabe aos políticos maior parte. Querer o funcionalismo público e povo Moçambicano de mãos dadas sem solidariedade ao que eu diria ser início de uma nova perspectiva...