quinta-feira, 2 de setembro de 2010

burgueses vão vagueando de vento em popa

O que se nota na sociedade moçambicana é a clara falta de zelo e interesse para garantir um ambiente sadio de relações sociais, entre os governantes e governados. Numa era em que o dólar e o rand andam a milhas e o metical desaparece na praça, os citadinos reclamam de tudo e de nada e há quem crê que a pacificidade de que tanto se propala nestas bandas, possa rebentar em proporções difíceis de controlar.

A fome é visível, mas que fazer, se os burgueses vao procurando soluções razoáveis para conter a crise e trazer respostas ao povo। Não que seja fácil dirigir um grupo, sobretudo maior como um povo, mas é crítico se vemos meia dúzia de idealistas, a levar um barco a um porto inseguro porque as ondas da maré são tão altas e perigosas, em que alguns vão preferir morrer tentando nadar do que ver um barco a afundar।

Motim na cadeia central da Machava fere diretor da prisão


O diretor da cadeia central de Machava, na zona da Matola, arredores da capital moçambicana, foi hoje ferido durante tumultos protagonizados pelos 2500 reclusos, toda a população prisional, que exigem a libertação, disse à Lusa o responsável।

Carta para o presidente Guebuza


Senhor Presidente Armando Guebuza
Não é a primeira vez que lhe escrevo.

Provavelmente não lerá o que, de forma breve, se segue.
Mas permiti-me o arrojo de lhe escrever de novo, talvez alguém lhe dê a conhecer o conteúdo desta carta.

Presidente, o Senhor ama dizer que o nosso povo é maravilhoso. E é.
Mas então, Presidente Guebuza, não permita que na sua governação alguém tome o Povo por criança, bandoleiro, irresponsável e criminoso e que disso faça alarde público. E, especialmente, Presidente, que não se fale para o Povo e do Povo, mas que se fale com ele, verdadeiramente com ele.

Respeitosos cumprimentos e que a paz volte ao nosso seio.

Maputo, 02 de Setembro de 2010
Carlos Serra

O resultado de uma governação ausente!


Confira a comunicação do Chefe de Estado, Armando Guebuza, deu o rosto ao seu povo um pouco depois das 18h00, numa comunicação infeliz e incoerente, nos seguintes termos: registou-se uma agitação em algumas zonas da cidade de Maputo e Matola, o pretexto desta manifestação é a subida do custo de vida nestes dois municípios e no país. Lamentavelmente em vez de uma manifestação pacífica assistimos a manifestações que já se saldaram em óbitos e em ferimentos graves e que resvalaram para cenas de vandalismo e destruição e saque de bens.

Numa palavras aos nossos compatriotas que participam nesta manifestação estão a contribuir para trazer o luto e dor no seio da família moçambicana e para o agravamento das condições de vida dos nossos concidadãos. O governo está consciênte da situação em que vive o nosso maravilhoso povo, e situação agravada por factores externos que incluem a crise financeira e de alimentos e a subida do preço dos combustíveis.

Foi neste contexto que foram tomadas diversas medidas para conter o impacto destas crises na vida do cidadão com destaque para os subsídios aos combustíveis e para importação do trigo. Ainda neste plano o Governo tem estado a incrementar o plano de acção de produção de alimentos e de uma forma geral apertar as suas acções na luta contra a pobreza nos meios urbano e no campo, tendo registado progressos na implementação deste plano de produção de alimentos bem como no abastecimento de agua e saneamento do meio nos transportes e comunicações e na saúde e educação e na melhoria das vias de acesso.

Apraz-nos notar que estas conquistas foram resultado abnegado dos moçambicanos em particular, que também se empenham na melhoria da sua habitação e no abastecimento em produtos diversos aos seus compatriotas bem como na aquisição de viatura para uso pessoal ou para o transporte colectivo de passageiros.

Sabemos que ainda é pouco para o nível das necessidades do nosso maravilhoso povo, temos plena consciência disso, é por que continuamos empenhados na luta contra este flagelo chamado pobreza que aparece com grande destaque no programa quinquenal do governo incluíndo a sua componente urbana. É participando na implementação deste programa e não opondo-se ou destruíndo que o seu resultado que continuaremos a registar progressos na melhoria das nossas condições de vida. É por isso que é importante elevar e valorizar as nossas conquistas individuais e colectivas, neste contexto saquear uma barraca, loja ou armazém, vandalizar uma viatura ou uma residência pode parecer que represente um retrocesso apenas para o seu proprietário, meio da emoção porém, podemos esquecer que também representa um retrocesso para aqueles que dele dependiam para o abastecimento, transporte ao emprego uma lista de beneficiários que pode incluir alguns dos envolvidos nestes actos.

Destruindo mercados, estradas e outras infra estruturas sociais e económicas é atentar exactamente contra aquilo que nos tem estado a ajudar a combater a pobreza da nossa pátria amada. A observância da lei, ordem e tranquilidade públicas é também uma posição fundamental na criação de mais investimento nacional e estrangeiros que contribui para a geração de mais postos de trabalho e para dar a mais compatriotas nossos uma oportunidade para participarem de forma directa ou indirecta da luta contra a pobreza em Moçambique e para terem melhor qualidade de vida.

Compatriotas queremos exortar-vos para se manterem calmos e serenos e para não aderirem a qualquer tipo de agitação, exortamos ainda a todos os nossos compatriotas para dissuadirem os ingénios e manterem a vigilância e a denunciarem as autoridades os agitadores, e a preparação ou realização de actos que atentem conta a vida ou contra a ordem assim como contra a tranquilidade públicas. Empenhemo-nos todos no aumento da produtividade nos nossos sectores de actividade continuando assim a fazer da luta contra a pobreza a nossa agenda individual e colectiva.

Lamentamos profundamente a perda de preciosas vidas humanas e a destruição de bens públicos e privados. Apresentamos as nossas condolências as famílias enlutadas, por esta agitação que retirou do seu convivío os seus entes queridos.

Estendemos a nossa solidariedade a todos os que foram afectados por estes actos”.

Renamo exige demissão do ministro do Interior - Fernando Mazanga


Para Fernando Mazanga, “e na sua primeira aparição”, o Presidente Armando Guebuza “deveria imediatamente demitir o ministro do Interior, que mostrou incapacidade de controlar as suas forças, aquilo que se chama o princípio da lei e da ordem, porque, ao assassinar estes manifestantes, violou a Constituição da República”.

A Renamo, através do seu porta voz, também considerou que esta convulsão social “já era previsível”, devido ao “descontrolo total” na subida do custo de vida.

“Cada dia que passa há um agravamento da nossa situação, os moçambicanos estão a tornar-se cada vez mais pobres, há um grupo ligado à oligarquia no poder que continua a deter todos os meios de produção, toda uma série de espaços físicos privilegiados, inclusive para a fixação de residência”, denunciou.

Fernando Mazanga definiu ainda como “um paradoxo” o anúncio sobre o aumento do preço da energia, quando a barragem de Cahora Bassa “já pertence” ao Estado moçambicano.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

A mediocridade do Ministro de Interior


Aventureiros, malfeitores e bandidos - foram estes os adjectivos usados pelo Ministro do Interior há momentos diante dos Jornalistas.

Afirmou ainda que o Governo tem o combate contra a pobreza absuluta como seu principal objectivo e que estes actos - ilegais, salientou - em nada ajudam.

O pão, a água e a luz na origem da confusão



A cidade de Maputo acordou na manhã desta quarta-feira com uma manifestação de milhares de cidadãos anónimos que reclamam do elevado custo de vida, o preço do pão da energia eléctrica e da àgua é oficialmente agravado hoje.

Governo cria fórum de consulta de terras

O Governo acaba de anunciar que criou por decreto o fórum de consultas de terras com o objectivo de garantir eficiência e melhorar a segurança no acesso ao uso e aproveitamento de terra, tanto nas zonas rurais como nas zonas urbanas.

O fórum vai congregar iniciativas de todos os intervenientes do processo da titularidade do Direito de Uso e Aproveitamento de Terra (DUAT), desde o Governo, a sociedade civil, organizações não governamentais e as comunidades locais, todos sob tutela do Ministério da Agricultura (MINAG).

O porta-voz do Conselho de Ministros, Alberto Nkutumula, disse, ontem, à saída da 31ª sessão do Conselho do Ministros que o fórum visa pôr o Governo e as comunidades a dialogarem sobre os assuntos relacionados com a terra e melhorar os mecanismos de articulação.

Revisão do regulamento de terras

No decurso da mesma sessão, o Conselho de Ministros aprovou o decreto de revisão do no 2 do artigo 27 do Regulamento da Lei de Terras, aprovado pelo Decreto no 66/98, de 8 de Dezembro. A revisão visa, por um lado, incluir os conselhos consultivos locais no processo de consulta das comunidades para casos de manifestação de interesse de uso e aproveitamento de terra. Por outro, indicar os procedimentos consentâneos à realidade social e económica do país nas consultas às comunidades.

O no 2 do artigo 27 da Lei de Terras estabelece os procedimentos que devem ser seguidos para a realização de consulta às comunidades. Entretanto, Alberto Nkutumula refere que a revisão vai também atribuir aos ministros da Agricultura e da Administração Estatal, competências na fixação de procedimentos específicos para realização de consultas comunitárias.

Dia Difícil em Maputo

"17 feridos e 3 mortos só no Hospital Central de Maputo, dados confirmados." Vários carros e lojas vandalizadas ao longo do Prolongamento. Muito ódio germinado. Os polícias estão desesperados."

Dia Difícil em Maputo




Às 5 horas a cidade e arredores estavam povoadas de agentes policiais. há dificuldades de circulação em algumas áreas de Maputo, pneus queimados, parece que se ouvem tiros aqui e acolá.

imagens pela STV - dois jovens mortos na Avenida Acordos de Lusaca, dezenas de jovens irados, à volta, gritando "Justiça" e "Queremos justiça".