sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Jean Ziegler - O Império da Vergonha


Neste livro ele fala da "refeudalização" do mundo e como uma nova classe de capitalistas que ele apelida de "cosmocratas" se está a apoderar de tudo o que a natureza nos fornece gratuitamente (água, plantas e não tarda muito, o ar), patenteando códigos genéticos e metendo etiquetas em tudo, para nos revender depois à preços proibitivos e, como essa "esperteza" reservada aos menos escrupulosos, reduz à indigência a maior parte dos terráqueos que se vêm privados do acesso aos mecanismos de garante social (alimentação, educação, saúde)।


Façam um favor às vocês próprios, arranjem este livro e depois façam-no girar, é um documento para a humanidade e para a "re-humanização" da nossa espécie.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

“Ahoje é ahoje” : Intercâmbio cultural junta moçambicanos, lusos e galegos



SE ontem é memória, hoje – ou ahoje, como escreveu num poema Luís Carlos Patraquim, satirizando a língua portuguesa – é o dia em que podemos fazer algo। No fragmento de tempo que vai desta quinta-feira até 16 de Agosto um acontecimento artístico e cultural importante se estende sobre alguns nobres espaços artísticos de Maputo: um intercâmbio entre fazedores de arte moçambicanos, portugueses e galegos.

“Ahoje é Ahoje: identidades partilhadas”, é como é denominado este evento, cujos promotores são o Teatro Avenida, grupo musical Timbila Muzimba e Promédia (Moçambique), Trigo Limpo Teatro ACERT e GESTO/Identidades (Portugal) e o músico da região espanhola da Galiza Fran Pérez। Pérez, que tem como nome artístico NARF, é um velho conhecido dos palcos moçambicanos e simboliza uma certa relação afectuosa entre galegos e moçambicanos, pois tem vindo a desenvolver projectos conjuntos por exemplo com artistas do Timbila Muzimba.

No âmbito do “Ahoje é Ahoje” serão apresentados espectáculos de teatro e música, exposições de artes plásticas, edições e acções de formação। O dia de hoje está reservado à abertura oficial do evento, no Teatro Avenida, com a intervenção, para um momento musical e poético, de todos os artistas envolvidos. Também abrirá uma exposição fotográfica, intitulada “14 Anos Partilhando Maningue”.

O tema da mostra refere-se da já considerável longevidade de relações entre artistas moçambicanos e portugueses no âmbito do programa Identidades, envolvendo sobretudo as companhias teatrais Mutumbela Gogo e Trigo Limpo bem como a Escola Nacional de Artes Visuais।

Entretanto, o principal destaque deste festival será a estreia, em palcos moçambicanos, da peça teatral “Chovem Amores na Rua do Matador”, baseada num texto inédito dos escritores moçambicano Mia Couto e angolano José Eduardo Agualusa। Este espectáculo, já exibido em Lisboa e Luanda no corrente ano, terá como palco em ar moçambicano o Teatro Avenida. O Trigo Limpo é que apresenta a peça, que divulga a combinação da criatividade de dois talentos que livro a livro confirmam a sua grandeza no contexto da literatura em língua portuguesa.

No dia do aniversário 63 da destruição de Nagasaki pelas bombas atómicas norte-americanas – um dos marcos finais da II Guerra Mundial –, o “Ahoje é Ahoje” traz ao público moçambicano um novo produto literário: “Leite de Vasconcelos Dito e Musicado”। É um livro que revive a memória e o talento do falecido jornalista e escritor moçambicano Leite de Vasconcelos, que guarda o seu nome num lugar especial da nossa história e na dos outros: foi ele quem proferiu, como locutor, a primeira estrofe de “Grândola Vila Morena”, de Zeca Afonso, canção que serviu como senha do 25 de Abril de 1974 em Portugal e nas agora ex-colónias.

Também no 9 de Agosto o Trigo Limpo apresentará, no Avenida, “A Cor da Língua”।

Domingo será dia de chuva no “Ahoje”। Choverá amor na rua do matador, segundo recado de Mia Couto e Agualusa dado ao Trigo Limpo. Esta peça é o destaque de todo o festival, merecendo por isso uma segunda exibição. A festa dominical deste encontro cultural também terá direito a música, com destaque para a actuação no Centro Cultural Franco-Moçambicano dos co-organizadores Timbila Muzimba.

Na próxima semana o “Ahoje é Ahoje” decorrerá de terça a sexta-feira, com a inclusão no programa da Casa Velha, que acolherá, terça-feira, uma noite “MoçamPortuGalicia”, em que “A Cor da Língua” juntará, para além do Trigo Limpo que a apresenta esta semana, os artistas do Mutumbela Gogo, Timbila Muzimba, Escola de Artes Visuais, NARF e músicos moçambicanos convidados।

Na quarta-feira, NARF junta-se a Manecas Costa no Teatro Avenida, no que se adivinha ser um concerto de dar gosto।

Nos últimos dois dias do evento o Mutumbela Gogo vai abrilhantar as sessões apresentando, quinta-feira, as “As Filhas de Nora”, e na sexta-feira “Mulher Asfalto”, um monólogo de Lucrécia Paco।

O dia de encerramento será também marcado por um encontro dos artistas envolvidos no “Ahoje é Ahoje” com a comunidade da Massaca, em Boane. Será a ela entregue a receita de todos os espectáculos, num gesto humanitário dos artistas, que actuam gratuitamente no festival.

Siba Siba Macuacua : 7 Anos de Injustiça


(Maputo) 11 de Agosto é o dia trágico em que o jovem economista António Siba Siba Macuacua foi assassinado na sede do ex-Banco Austral, hoje Barclays. Passam-se sete anos e ainda não foi feita justiça.

Depois da Auditoria Forense, levada a cabo sob pressão dos doadores, esperávamos que as investigações fossem aceleradas. Mas tudo parece ainda estar envolto numa densa penumbra, apesar das recentes audições pela Procuradoria Geral da República de antigos administradores do Banco Austral.

O que essas audições trouxeram à investigação é ainda, como sempre, segredo de justiça, mesmo que nada impeça que a Justiça revele se o processo ja tem pistas sólidas, se há suspeitos, se há detidos, etc. Também ainda não ficou claro que vertente do caso a Procuradoria Geral da República segue: se a vertente do assassinato, que roubou um pai de família e um gestor público em missão em nome do Estado...ou se a vertente da gestão danosa, que marcou os penosos anos da privatização do antigo BPD a um consórcio malaio-moçambicano com forte participação do Estado. Esta referência é fundamental para que se perceba se haverá uma partilha de responsabilidades no que à gestão danosa diz respeito.

Para todos os efeitos, há uma relação de vazos comunicantes entre a gestão danosa e o assassinato....por isso é que depois das recentes audições foi reafirmado publica e enfaticamente que não fazia sentido um devedor ter interesse em assassinar Siba Siba depois de este ter publicado a lista com os nomes de quase todos eles no jornal !!!

É percepção comum que o Estado devia fazer mais para clarificar o crime. Por pressão dos doadores, o Estado apenas se interessou em recuperar algum crédito mal parado no antigo banco mas, é preciso lembrar, para lá dos cifrões há sangue jorrado indelevelmente sob a história de um dos bancos que esteve ligado à construção do Moçambique novo.

Esperamos que o Procurador Geral República consiga apagar a imagem de ineficácia que marcou, nos últimos anos, a instituição que dirige। Estamos todos ansiosos que o caso seja resolvido.


Marcelo Mosse

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quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Imprensa britânica elogia livro de Mia Couto



O JORNAL britânico “The Independent” afirmou que o romance “Um Rio Chamado Tempo” do escritor moçambicano Mia Couto concilia a “melhor literatura com mistério e o sentimento da revelação”। Num artigo intitulado “Guerra e Paz na casa dos espíritos”, o artigo elogia a versão inglesa do romance moçambicano, lançado este mês na Inglaterra. O lançamento contou com a presença do escritor.


A escrita de Mia Couto, diz o jornal, é uma viagem entre universos de transição em que coabitam os antepassados, os vivos e aqueles que estão ainda por nascer”। A mensagem do autor actua como uma prova de como as lendas da oralidade podem ser recebida em qualquer idioma”.


A prosa de Mia Couto, prossegue o artigo, tece a costura que une a história da sua nação à mitologia ancestral. O “Independente” refere ainda que o romance “Um Rio chamado Tempo” transporta o leitor para uma ilha em que o passado, o presente e o futuro coexistem e os mortos permanecem como uma indelével presença”.

“A história da casa em que se desenvolve a narrativa é narrada num tom mesclado de choros de desespero, murmúrios sedutores e risos da infância., escreve a crítica literária publicada na edição de 12 de Julho.

Mia Couto esteve na Inglaterra para o lançamento desta obra, onde participou igualmente no festival denominado “International New Writing World”।


Mia Couto (Beira, Moçambique, 1955) é um dos escritores moçambicanos mais conhecidos no estrangeiro। António Emílio Leite Couto ganhou o nome Mia do irmãozinho que não conseguia dizer "Emílio". Segundo o próprio autor a utilização deste apelido tem a ver com sua paixão pelos gatos e desde pequeno dizia a sua família que queria ser um deles.


Nasceu na Beira, a segunda cidade de Moçambique, em 1955. Ele disse uma vez que não tinha uma "terra-mãe" - tinha uma "água-mãe", referindo-se à tendência daquela cidade baixa e localizada à beira do Oceano Índico para ficar inundada।


Iniciou o curso de Medicina ao mesmo tempo que se iniciava no jornalismo e abandonou aquele curso para se dedicar a tempo inteiro à segunda ocupação. Foi director da Agência de Informação de Moçambique e mais tarde tirou o curso de Biologia, profissão que exerce até agora. Foi recentemente entrevistado pela revista ISTOÉ



Muitos dos seus livros estão traduzidos em alemão, francês, catalão, inglês e italiano.


Estreou-se no prelo com um livro de Poesia - Raiz de Orvalho, publicado em 1983. Mas já antes tinha sido antologiado por outro dos grandes poetas moçambicanos, Orlando Mendes (outro biólogo), em 1980, numa edição do Instituto Nacional do Livro e do Disco, resultante duma palestra na Organização Nacional dos Jornalistas (actual Sindicato), intitulada "Sobre Literatura Moçambicana"।


Em 1999, a Editorial Caminho (que publica em Portugal as obras de Mia) relançou Raiz de Orvalho e outros poemas que, em 2001 teve sua 3ª edição.

Depois, estreou-se nos contos e numa nova maneira de falar - ou "falinventar" - português, que continua a ser o seu "ex-libris"। Nesta categoria de contos publicou:


Vozes Anoitecidas (1ª ed. da Associação dos Escritores Moçambicanos, em 1986; 1ª ed. Caminho, em 1987; 8ª ed. em 2006; Grande Prémio da Ficção Narrativa em 1990, ex aequo)
Cada Homem é uma Raça (1ª ed। da Caminho em
1990; 9ª ed., 2005)
Estórias Abensonhadas (1ª ed। da Caminho, em
1994; 7ª ed. em 2003)
Contos do Nascer da Terra (1ª ed। da Caminho, em
1997; 5ª ed. em 2002)

Na Berma de Nenhuma Estrada (1ª ed. da Caminho em 1999; 3ª ed. em 2003)

O Fio das Missangas (1ª ed. da Caminho em 2003; 4ª ed. em 2004)

Para além disso, publicou em livros, algumas das suas crónicas, que continuam a ser coluna num dos semanários publicados em Maputo, capital de Moçambique:

Cronicando (1ª ed. em 1988; 1ª ed. da Caminho em 1991; 7ª ed. em 2003; Prémio Nacional de Jornalismo Areosa Pena, em 1989)

O País do Queixa Andar (2003)

Pensatempos. Textos de Opinião (1ª e 2ª ed. da Caminho em 2005)
E, naturalmente, não deixou de lado a novela, tendo publicado:
Terra Sonâmbula (1ª ed. da Caminho em 1992; 8ª ed. em 2004; Prémio Nacional de Ficção da Associação dos Escritores Moçambicanos em 1995; considerado por um juri na Feira Internacional do Zimbabwe, um dos doze melhores livros africanos do século XX)

A Varanda do Frangipani (1ª ed. da Caminho em 1996; 7ª ed. em 2003)

Mar Me Quer (1ª ed. Parque EXPO/NJIRA em 1998, como contribuição para o pavilhão de Moçambique na Exposição Mundial EXPO '98 em Lisboa; 1ª ed. da Caminho em 2000; 8ª ed. em 2004)

Vinte e Zinco (1ª ed. da Caminho em 1999; 2ª ed. em 2004)

O Último Voo do Flamingo (1ª ed. da Caminho em 2000; 4ª ed. em 2004; Prémio Mário António de Ficção)

O Gato e o Escuro, com ilustrações de Danuta Wojciechowska (1ª ed. da Caminho em 2001; 2ª ed. em 2003)

Um Rio Chamado Tempo, uma Casa Chamada Terra (1ª ed. da Caminho em 2002; 3ª ed. em 2004; rodado em filme pelo português José Carlos Oliveira)

A Chuva Pasmada, com ilustrações de Danuta Wojciechowska (1ª ed. da Njira em 2004)
O Outro Pé da Sereia (1ª ed. da Caminho em 2006)

Venenos de Deus, Remédios do Diabo (2008)

Prémios
Em 1999, Mia Couto recebeu o Prémio Vergílio Ferreira, pelo conjunto da sua obra।

Em 2007 foi o vencedor do prêmio Zaffari & Bourbon de Literatura, na Jornada Nacional de Literatura।

Academia Brasileira

O escritor Mia Couto foi escolhido para ocupar, na categoria de Sócio Correspondente, a Cadeira número 5, que tem por Patrono Dom Francisco de Sousa. Sua eleição deu-se em 1998, sendo ali o sexto ocupante.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Mercado Maquinino, na Cidade da Beira, “ Universidade de Curandeiros”








UM certo sector do Mercado do Maquinino, na cidade da Beira, transformou-se igualmente numa “Faculdade de Medicina Tradicional”, depois de ter sido simplesmente um local de venda de raízes diversas para cura de diferentes enfermidades। Segundo noticiou o jornal noticias, 2 de Agosto de 2008.

Como “farmácia" tornou-se efectivamente num local relativamente muito concorrido principalmente nesta altura em que as doenças abundam e o acesso à medicina moderna não está ao alcance de qualquer um. Só que afinal era mesmo pouco apenas vender, impunha-se a formação do pessoal, qual pressuposto para a perenidade da actividade!

Uma vez no local, segundo Ernesto Nhamitambo, de 50 anos de idade e natural de Gorongosa, que muitos curandeiros alguns dos quais a operarem em outros pontos da cidade e não só foram formados no mercado do Maquinino।

Conforme recorda a fonte, tudo começou com a simples venda de medicamentos tradicionais maioritariamente adquiridos nos distritos de Gorongosa e Nhamatanda। Algumas pessoas, depois de tanto acreditarem na capacidade curativa das plantas ali comercializadas, optaram por abraçar o curandeirismo.

No terreno, vendem-se igualmente instrumentos que se diz servirem para dotar as pessoas de magia para actos de curandeirismo, bastando para o efeito estar interessado e possuir alguma capacidade financeira।

Existem, entre outros, o “makombwa”, um lugar especifico para a conservação de espíritos, armas, facas falseadas e rabos de animais, “nsupa”, que serve para guardar óleo de rícino para chamamento de espírito, panos brancos e vermelhos, entre outros।

“Estamos a conquistar espaço porque a nossa actividade ganha cada vez mais credibilidade no seio da comunidade. Já formámos e equipámos muitos curandeiros, alguns dos quais praticam as suas actividades neste mesmo lugar onde recebemos gente de diferentes extractos sociais”- orgulhou-se Nhamitambo.

MEDICAMENTOS PARA TUDO E TODOS

Expostos no chão e ao relento existem no mercado do Maquinino todo o tipo de raízes para curar todas as doenças menos o SIDA, segundo os seus promotores।

Entre todos, algum destaque vai para o da potência sexual, o chamado “Gonanzololo”। Segundo a nossa fonte este "fármaco" é mais procurado pelos jovens. Ele explica que essa relativa incapacidade dos jovens está relacionada com o excessivo consumo de bebidas alcoólicas.

Mas também afecta os mais velhos। Aqui a explicação é que alguns mantêm relações sexuais com mulheres menstruadas, o que para os curandeiros provoca uma lombriga apelidada “nhocawlo”, um parasita interno.

As raparigas, sobretudo as trabalhadoras do sexo, são apontadas como as que mais procuram um medicamento que dizem dar-lhes sorte na sua actividade। Chama-se “tchena” ou “muxena”, nas línguas locais sena e ndau.

A confirmar estes depoimentos no espaço de tempo em que a nossa Reportagem permaneceu no mercado de Maquinino testemunhou a movimentação de algumas adolescentes, cujas “consultas externas” decorrem no máximo sigilo।

Soubemos ainda que grande parte dos utentes de medicamentos se fazem presentes ao local na calada da noite, como forma de preservarem a sua dignidade.

GINECOLOGIA TRADICIONAL

A fertilidade das mulheres constitui um outro motivo pelo qual as pessoas afluem aquele lugar। Diariamente, dezenas de mulheres sexualmente activas fazem-se presentes, procurando soluções para a sua preocupação.

“Chegámos ao ponto de fazermos apostas e nunca falhámos। Isto representa um grande mérito para a nossa actividade, pois algumas mulheres tiveram fracassos neste sentido na medicina moderna. Muitos desprezam-nos, temos muitas soluções para os problemas das pessoas”- congratularam-se.

Conforme desejaram os entrevistados, o Ministério de Saúde poderia criar uma certa interacção com os curandeiros neste sentido, porque ambos têm o mesmo objectivo relacionado com as vidas humanas।

C. Bartolomeu, moradora do bairro Esturro, acredita que a medicina tradicional tem realmente soluções na reprodução humana, sendo que ela própria é exemplo evidente.

Disse ter passado por muitos ginecologistas do Hospital Central da Beira e não só, sem lograr qualquer sucesso mas com estes curandeiros resolveu um problema que já era um bicho de sete cabeças.