sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Malangatana e José Forjaz juntos na Fortaleza de Maputo


Intitulada “Pedra e Arquitectura”, a exposição surge no âmbito da celebração dos 121 anos da cidade de Maputo, e ela abriu a dez deste mês।


Malangatana aparece no acto com doze enormes painéis de mármore nos quais faz uma reprodução do passado, do presente e, de certa forma, procura dar uma perspectiva daquilo que será o futuro desta sociedade, mas também de outras। Aliás, é característica de Malangatana a abordagem dos anseios da sociedade, dos seus sucessos, mas também dos malefícios, seja provocados por actos que têm responsabilidade no ser humano, como também quando ele próprio – o Homem, sobretudo, o africano - busca respostas na sua tradição, nos seus ancestrais.


Já José Forjaz apresenta uma série de obras por si elaboradas. É uma arquitectura que roça muito a componente da arte moderna e contemporânea, onde a frescura combina com a simplicidade o belo efeito, a luz e a natureza, criando um entrelaçamento de cores e imagens que se tornam superiores e fazem dele aquele arquitecto e projectista que é.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

“Caso 220 biliões do MINT” : Valores de que se fala podem baixar muito - considera defesa dos arguidos


A DEFESA dos nove arguidos acusados de desfalque no Ministério do Interior, tendo a cabeça o ex-ministro Almerino Manhenje, acredita que com a realização de diligências solicitadas ao tribunal, o valor de que os seus clientes são acusados poderá baixar ainda mais। Depois das primeiras indicações, conseguiu-se provar que efectivamente o valor em falta situava-se em 31 biliões e não em 220 como desde o início foi referenciado no processo.


Falando ao Notícias, Lourenço Malia disse esperar que com as diligências em curso, após se requerer a instrução contraditória, os acusados possam provar que o valor em falta não é o que vem sendo propalado।


“Sempre disse e acredito que o valor vai baixar muito mais। Estamos satisfeitos com o curso dos acontecimentos, uma vez que nesta fase estamos a conseguir provar que os dados não são os que vêm sendo referenciados. Portanto, acreditamos que nos próximos tempos haja novos desenvolvimentos apontando para mais uma redução do montante” – disse, acrescentando que há diligências solicitadas ao tribunal que poderão trazer novos elementos.


Depois de notificados da acusação do Ministério Público, os advogados trataram de requerer a abertura da instrução contraditória, como forma de procurar provar que o dinheiro em falta não se trata de 220 biliões। Das primeiras indicações, provou-se que se trata de 31 e não 220 biliões.


Neste processo Almerino Manhenje é acusado de 49 crimes, sendo 42 crimes de pagamento de remunerações indevidas, três de cumplicidade, três de abuso de cargo ou funções e um caso de desvio de fundos do Estado। Os restantes sete constituintes, também funcionários do MINT, são igualmente acusados de envolvimento no desvio de fundos do Estado e em casos de abuso de cargo ou funções, crimes cujo número varia entre um e dois.


O nono arguido, que na altura dos factos era proprietário de uma empresa que fornecia serviços ao Ministério do Interior, é defendido pelo advogado Tomás Timbane. Trata-se de Armando Júnior, PCA do INSS.
Os nove arguidos do processo 771/PR/08, nomeadamente Almerino Manhenje, Lourenço Jaquessone Mathe, Manuel Luís Mome, Luís Rusé Colete, Rosário Carlos Fidelis, Serafim Carlos Sira, Álvaro Alves Nuno de Carvalho e Dionísio Luís Colege, funcionários do MINT, bem como Armando Pedro Muiuane Júnior, PCA do INSS, foram conduzidos à Cadeia Civil a 22 de Setembro último por ordem da Procuradoria da República a nível da cidade de Maputo।


Após terem sido apresentados ao juiz de instrução, Boaventura Canuma, dois dias depois e legalizada a sua detenção, os respectivos advogados de defesa requereram ao tribunal que eles fossem provisoriamente libertados, mediante pagamento de caução ou aplicação de outras medidas jurisdicionais। Entretanto, o juiz decidiu mantê-los na prisão.


Os arguidos só começaram a receber visitas de familiares no dia 13 do corrente mês, no decurso da quarta semana após terem entrado naquela penitenciária.

Eis o prroblema




“Caso Diana” : Denunciante escapa ao rapto


INÁCIO Mussanhane, pessoa que denunciou o caso de exploração de três menores num bordel gerido por Aldina dos Santos (Diana), num luxuoso bairro em Moreleta Park, arredores de Pretória, na África do Sul, escapou há dias, na cidade de Maputo, a um rapto protagonizado por três indivíduos। Do grupo de raptores, contava-se um estrangeiro ao que se supõem de origem asiática, segundo dados a que tivemos acesso।


O caso deu-se num dos condomínios onde o denunciante, que se dedica à investigação de casos de tráfico e exploração de menores e á assistência jurídica, encontra-se a residir na capital do país। Informações em nosso poder, indicam que o caso deu-se cerca das 21.00 horas quando três homens, usando uma pessoa das relações da vítima, fizeram-se à casa de Mussanhane.


Dentro do recinto do condomínio, ligaram para o seu telemóvel pedindo para que ele saísse, sem que nada indicasse tratar-se de um crime। Uma vez fora de casa, Mussanhane foi forçado a entrar no carro e a deitar-se no banco de trás. Em seguida foi-lhe tapada a boca com um pano, ao mesmo tempo que os homens agiam no sentido de amordaçá-lo os membros.


Neste entretanto, a pessoa das relações da vítima e que levara o grupo à sua casa, tratou de alertar aos seguranças para que mantivessem o portão fechado, como forma de impedir a retirada da viatura do local। Ao que tudo indica, o amigo de Mussanhane teve de agir ao ver que os propósitos para os quais aceitara ir indicar a casa, eram contrários à sua boa vontade.


Falando ao nosso Jornal, Inácio Mussanhane disse que escapou por um milagre, tanto mais que aproveitou-se do facto de os raptores terem entrado em discórdia entre si, quanto a um possível plano que chegou a estar previsto de o abater, em caso de oferecer resistência। A ideia de abatê-lo era defendida pelo cidadão estrangeiro, que a dada altura entrou em forte contradição com o nacional que defendia apenas o rapto de Mussanhane.


“Tudo indicava que era para me assassinarem। Do que me apercebi da briga circunstancial deles, o cidadão asiático veio da África do Sul com o propósito de me procurar e executar o plano traçado. Escapei por pouco, talvez porque vivo num condomínio com segurança ou ainda porque o meu amigo, que indicou a minha casa, apercebendo-se que fora enganado, tratou de me salvar. Para mim, não se trata de outra coisa se não o “caso Diana”, visto que a rede em que ela é integrante não foi totalmente desactivada. O principal alvo deles sou eu” – disse Mussanhane.


Contudo, Mussanhane diz estar tranquilo, uma vez que o que fez (denunciar o caso) qualquer cidadão no seu bom-senso o faria, pois não podia sonegar um crime desta magnitude, no qual menores e compatriotas estavam a ser explorados sexualmente na África do Sul।


“Confesso que me sinto à-vontade na África do Sul do que em Maputo, minha terra natal। Sei que corro riscos de vida na minha terra, mas não vou desistir da minha acção. Estou de consciência tranquila. Qualquer pai faria a mesma coisa que eu fiz” – acrescentou.


Refira-se que o “caso Diana” vai conhecer na próxima semana a sua etapa final de audições às três jovens abusadas sexualmente de 15 de Janeiro a 13 de Fevereiro deste ano. No mês passado, naquilo que constituiu a primeira audição final do caso, o tribunal interrogou uma das três vítimas, assim como colheu depoimentos da ré que mudou de discurso, por diversas vezes, tendo negado os 65 crimes de que é acusada e recusado que tenha sido ela a levar as moças de Maputo para Pretória.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

ELEIÇÕES AUTÁRQUICAS - Centro de Imprensa torna processo mais transparente


A COMISSÃO Nacional de Eleições (CNE) e o Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) convidaram ontem a comunicação social e as organizações da sociedade civil a fazerem uso adequado e permanente do Centro de Imprensa, criados pelos órgãos eleitorais no recinto da FACIM, no âmbito das terceiras eleições autárquicas que terão lugar a 19 do corrente nos 43 municípios nacionais।


O convite foi lançado pelo Director-Geral do STAE, Felisberto Naife, e reiterado pelo Presidente da CNE, Leopoldo da Costa, para quem a plena utilização do centro irá tornar ainda mais transparente o processo eleitoral ora em curso।


Com efeito, o espaço está dividido em várias salas, quatro das quais para a emissão de programas de televisão, duas reservadas à emissão de programas radiofónicos, todos em directo, para além de duas para Imprensa escrita, uma para acolher personalidades, outra para trabalhos técnicos dos órgãos eleitorais e uma terceira onde funcionam os serviços das Telecomunicações de Moçambique।


Para além do acesso ao telefone, os profissionais que usarem este centro terão facilidades de serviços de fax e internet.


A criação desde espaço contou com apoio financeiro do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), cujo representante-residente, Ndolamb Ngokwey, congratulou-se com a iniciativa dos órgãos eleitorais em criar este centro.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Suécia e UNICEF reafirmam seu apoio aos Programas sobre a Criança em Moçambique


O Governo da Suécia e o Fundo das Nações Unidas para a Infância, UNICEF, reafirmaram hoje a continuação, em 2009, da parceria no Programa Conjunto da Sociedade Civil e Direitos da Criança।


Para o triénio 2007/09, o Programa Conjunto conta com 29 milhões de dólares americanos, dos quais 7.4 milhões disponibilizados pelo Governo sueco,20।6 milhões pelo UNICEF e 1.4 milhões por parte da 'Save the Children Alliance'.


O Programa Conjunto, com o apoio 'Save the Children Alliance', junta 12 organizações da sociedade civil que trabalham na área dos direitos da criançअ


em todo o país, visando estabelecer uma colaboração mais harmonizada e estratégica.
'A extensão desta parceria para 2009 solidifica o compromisso do Governo da Suécia e do UNICEF de contribuir para o fortalecimento da sociedade civil em Moçambique', disse Torvald Åkesson, Embaixador da Suécia।


O Programa Conjunto é uma iniciativa de capacitação voltado para a sociedade civil com o seu envolvimento directo, pelo reconhecimento do papelimportante que a sociedade civil desempenha na realização dos direitos da criança।


As actividades do programa conjunto, em termos de advocacia, procuram aumentar o conhecimento sobre os direitos da criança, fortalecer o quadro legal,as políticas e a alocação de recursos para a sua realização।


Em relação a mobilização social, o programa abrange iniciativas de sensibilização, a nível da comunidade, sobre os direitos da criança e para o estabelecimento de sistemas de monitoria para a prevenção da violência, abuso e exploração das crianças।


Os parceiros de implementação do Programa Conjunto incluem AWEPA, Grupo de Teatro do Oprimido, GTO, Fundação para o Desenvolvimento दाomunidade, FDC, 'The Hope for African Children Initiat

FAO financia segurança alimentar em Moçambique.


O Fundo das Naçoes Unidas para a Agricultura e Alimentaçao, FAO, vai financiar com cerca de cinco milhoes de dólares, a segunda fase do projecto de segurança alimentar e nutricional, cuja primeira fase está em curso em alguns distritos de Manica e Sofala।


O projecto está, essencialmente, virado para o apoio às mulheres e pessoas infetcadas pelo vírus do Hiv।


O objectivo do projecto relaciona-se com o apoio às associaçoes e capacitaçao institucional dos programas do governo naquelas duas províncias.

ELEIÇÕES AUTÁRQUICAS - Detenções sobem em Sofala


SUBIU para vinte e um o número de detenções em conexão com a destruição de material eleitoral, vandalismo e ou agressões físicas na cidade da Beira desde que a campanha eleitoral teve início no passado dia quatro do corrente mês। Entretanto, praticamente todos os candidatos defendem a observância do civismo por parte dos actores activos do processo eleitoral.


Mateus Mazibe, oficial de informação no Gabinete das Relações Públicas no Comando provincial da PRM naquele ponto do país, explicou que no tal são 15 processos abertos envolvendo as 21 pessoas detidas, tendo já sido encaminhados ao Ministério Público para procedimentos subsequentes.

ELEIÇÕES AUTÁRQUICAS - Baixa na Renamo em Monapo


O PARTIDO Renamo na vila municipal de Monapo, em Nampula, acaba de registar uma “baixa” considerada enorme nas suas hostes, devido à deserção de Saturnino Mucocor, chefe da bancada da “perdiz” na Assembleia Municipal, cujo mandato está a terminar, para se filiar à Frelimo.

Miriam Makeba, embaixadora da FAO, morre aos 76 anos


A CANTORA sul-africana Miriam Makeba morreu domingo à noite em Itália, vítima de ataque cardíaco, logo depois de terminar um concerto contra a máfia। “Mama África”, como é também conhecida a estrela africana e mundial da música, deu entrada com vida numa clínica de Castel Volturno, perto de Nápoles, mas não resistiu, acabando por falecer.



Makeba ainda terminou a sua actuação no espectáculo, em que participaram vários artistas e que foi dedicado ao jornalista e escritor italiano Roberto Saviano, ameaçado pela Camorra, a máfia napolitana।


Quando caiu desmaiada nos bastidores do palco em que acabava de actuar, os organizadores do espectáculo pediram de imediato socorro junto da assistência। “Ela foi a última a subir ao palco, depois de vários outros cantores. Houve uma chamada ao palco, e nesse momento alguém perguntou através dos microfones se havia um médico na assistência. Miriam Makeba tinha desmaiado”, relatou fonte hospitalar à agência italiana ANSA.


Cerca de mil pessoas assistiram ao concerto em Caltel Volturno, considerado um dos bastiões da máfia napolitana e onde seis imigrantes e um italiano foram abatidos em condições obscuras em Setembro। Roberto Saviano é autor do best-seller “Gomorra”, um livro sobre a Camorra que foi adaptado ao cinema e mereceu o prémio do júri no último festival de Cannes, além de ter sido escolhido para representar a Itália nos Óscares.


Convertida num dos símbolos da luta anti-“apartheid”, Miriam Makeba, nascida em Joanesburgo a 4 de Março de 1932 e cujo título “Pata Pata” a tornou conhecida em todo o mundo, sempre defendeu nas suas canções o amor, a paz e a tolerância।


A cantora, a quem chamavam “a imperadora da canção africana”, deixou a África do Sul em 1959 para um longo exílio em países como a Guiné-Conakry, França e Estados Unidos। Tentou regressar em 1960, por ocasião do funeral de sua mãe, mas o passaporte foi-lhe cancelado e não foi autorizada a entrar no país pelas autoridades do “apartheid”.


Regressou finalmente à sua África do Sul em 1990, quando regressaram muitos exilados sul-africanos ao abrigo de reformas instituídas pelo então presidente F।W. de Klerk. “Nunca percebi por que é que não podia voltar ao meu país”, disse Makeba quando regressou: “Nunca cometi nenhum crime”.


Em 1976 proferiu nas Nações Unidas um discurso de denúncia do “apartheid”, ao que as autoridades racistas sul-africanas responderam com o banimento das suas canções na rádio e televisão governamentais do país।


Durante o seu exílio, principalmente quando esteve em Conakry, “Mama África” veio por várias vezes actuar em Moçambique, tendo, inclusivamente, composto uma canção para homenagear o nosso país e os seus heróis: “A Luta Continua”, do seu álbum “Welela”, editado na década de 1980। No pós-“apartheid” também foi assídua em palcos moçambicanos, tendo actuado pela última vez em 2003.


Sentindo-se “pesada pela idade”, Miriam Makeba anunciou, em 2006, no Festival de Jazz da Cidade do Cabo, que terminaria a sua carreira internacional naquele ano। Também em 2006 actuou na Ilha Reunião, no âmbito de um festival internacional ali organizado anualmente para comemorar o fim da escravatura nos territórios do Oceano Índico.



O legado musical de Miriam Makeba é grande: vários álbuns editados, alguns deles com canções cujo teor e ritmo contagiaram o mundo: “Pata Pata”, a sua mais famosa, “Saduva”, “Soweto Blues”, “Iya Guduza”, “Africa Is Where My Heart Lies”, “Malayisha”, “Malaika”, entre muitas outras।


Foi casada com o trompetista Hugh Masekela e mais tarde com o activista Stokely Carmichael