quinta-feira, 23 de agosto de 2012

O Fim de 50 anos.

Sérgio Vieira despede-se do Comité Central da Frelimo
 o fim de quase 50 anos como membro do Comité Central da Frelimo, por sinal o órgão máximo do partido entre os congressos, Sérgio Vieira, histórico membro do partido e uma das figuras de relevo na implantação do Estado moçambicano, vai despedir-se do órgão no próximo domingo. Vieira deixa o Comité Central depois de não ter conseguido a reeleição nas eleições internas no Comité Provincial da Frelimo em Tete. 
 
Depois de, praticamente, meio século nas principais estruturas de poder dentro da Frelimo, Sérgio Vieira passa a militante de base por vontade própria.

“Pedi as pessoas para não votarem em mim. Ainda assim, devo dizer que houve muita gente que votou em mim”, disse Sérgio Vieira para quem a sua decisão se deve à necessidade de “me dedicar a outras coisas que nunca pude durante mais de 50 anos de actividade no partido”. Vieira invocou também como argumento o facto de ter uma idade que ronda os 70 anos, defendendo, por isso, uma renovação. 

O veterano da luta de libertação nacional não se referiu às ocupações a que, a partir da próxima semana, passará a dedicar com mais vigor.

Kok Nam 1939-2012

Nascido na então Lourenço Marques (hoje Maputo) a 12 de Dezembro de 1939, filho de camponeses emigrados da região de Cantão na China, iniciou as suas lides fotográficas aos 17 anos como impressor fotográfico na empresa Focus, mudando-se no início da década de 60 para os quadros do Diário de Moçambique e da Voz Africana, publicações progressistas do Episcopado católico da Beira, liderado por D. Sebastião Soares de Resende. Passou também pelo “Notícias da Tarde” e pelo “Notícias”, antes de se juntar em 1970 ao núcleo de jornalistas que criou a revista “Tempo”, uma publicação inconformista e rebelde, tentando furar as malhas da censura colonial e do Estado Novo português.

Durante o período revolucionário permaneceu na “Tempo” fotografando as novas realidades do país que nasceu em 1975, mas aderindo também aos vários movimentos internos de luta contra o controle partidário da informação produzida depois da independência. O manuscrito inicial do documento “O Direito do Povo à Informação”, exigindo a liberdade de imprensa como um direito constitucional, foi elaborado em sua casa, em Fevereiro de 1990. Um ano depois, rompe com o “status quo” de então e com os seus colegas Naita Ussene, Fernando Manuel e António Elias (já falecido), junta-se ao projecto mediacoop, inicialmente uma cooperativa de jornalistas.

De trato fácil, incrivelmente jovial, cultivando sempre a modéstia e a humildade, os seus colegas e amigos guardam dele um grande sentido de profissionalismo e rigor, a defesa tenaz da integridade e dos princípios. O seu acervo fotográfico, espalhado pelos quatro continentes, é um dos mais importantes bancos de imagem disponíveis sobre Moçambique.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

44 pessoas foram mortas brutalmente pela polícia sul-africana, incluindo 34 mineiros

o todo, 44 pessoas foram mortas brutalmente pela polícia sul-africana,  incluindo 34 mineiros. Trata-se de uma acção ocorrida na mina de Lonmin, onde trabalham mais de 2 300 mineiros nacionais. 

 No meio do desespero pela tragédia, resultante do massacre de 44 pessoas, protagonizado pela polícia sul-africana, incluindo 34 mineiros grevistas, os trabalhadores moçambicanos nas minas de Lonmin contam que viveram uma tarde da qual nunca se vão esquecer (quinta-feira). 
 
Tudo teria começado na sexta-feira da semana antepassada, quando milhares de mineiros do grupo Lonmin, cotado na bolsa e que ocupa o estatuto de 3ª maior produtora de platina no mundo, decidiram marchar, pacificamente, até aos escritórios da mina, levando consigo uma reivindicação salarial. 

Chegados ao local,  foram marginalizados. O seu pedido de revisão salarial dos actuais quatro mil e quinhentos randes para doze mil e quinhentos foi recusado, sem espaço para nenhuma negociação. 

Insatisfeitos com a reacção do patronato, os milhares de mineiros teriam regressado ao chamado “hostel”, a sua residência oficial, de onde saiu a concertação para que se reunissem numa montanha designada desde essa altura “base central”.

Antecedentes do massacre

Regressados da direcção da mina, os grevistas foram até aos escritórios da Associação dos mineiros, onde, devido à sua fúria, a segurança privada da mina teria tentado em vão travar a marcha dos mesmos. Foi assim como iniciou a batalha, que culminaria com o massacre. Nessa altura, dois seguranças foram mortos. 

o motim dos mineiros prosseguiu num outro local próximo do primeiro, onde foram, igualmente, incendiadas cinco viaturas de particulares.  

No dia seguinte, a batalha campal continuou e, desta feita, dois agentes da polícia foram, outrossim, assassinados.
Já na quinta-feira da semana finda, a polícia, armada ao detalhe, teria se deslocado à montanha, “base central” dos mineiros grevistas. Mas porque o local estava vedado por  arame farpado,  a decisão de que nenhum  mineiro deveria transpor-se para o outro lado da barreira. Entretanto, quando o cordão formado pelos mineiros decidiu invadir a barreira estabelecida, a polícia, nem mais, alegando legítima defesa, abriu fogo. 

Os tiros a “queima-roupa” atingiram dezenas de mineiros. 44 pessoas foram mortas, 80 feridas e 615 detidas.

Governo quer banir “publicidade enganosa dos curandeiros”

O Governo diz que tenciona acabar, o mais breve possível, com a “publicidade enganosa” difundida nos meios de comunicação social moçambicanos. A referida publicidade tem vindo a ser publicada em certos órgãos de comunicação social por indivíduos que se dizem “médicos tradicionais”. 

A intenção do executivo é eliminar nos órgãos de comunicação social “todos os aspectos que poluem e enganam a sociedade”.

Não está ainda claro se a publicidade que o governo considera enganosa é apenas da responsabilidade dos alegados “médicos tradicionais”, vulgo curandeiros.

O Governo, através das suas diferentes instituições – uma delas o Conselho Nacional de Combate ao HIV/SIDA (CNCS) – está a trabalhar com o Gabinete de Informação (GABINFO) no sentido de suprimir a publicidade dos “médicos tradicionais”. Não se sabe por ora se o governo irá também considerar publicidade enganosa a propaganda de certas ceitas religiosas que uso sobretudo os estações de televisão.

“Há quem diz nos jornais e nos painéis espalhados pela cidade de Maputo que consegue fazer com que alguém tenha emprego e seja contratado imediatamente. Outros dizem que conseguem fazer com que roube sem ser descoberto. Esses aspectos que poluem a sociedade devem ser afastados”, disse o secretário executivo adjunto do Conselho Nacional do Combate ao HIV/SIDA. É apenas o que para já suscita a movimentação em curso para acabar com a publicidade enganosa.

“Estamos a trabalhar com as instituições que trabalham com a imprensa no sentido desta parte que não passa de engano não conste”, disse Diogo Milagre adiantando que “em matéria de sexualidade, alguns têm enganado as pessoas dizendo que aumentam a potência sexual”.

Familia alargada e a Cada casa uma esposa. Quantas casas sao?


Governo não vai exigir indemnização ao Banco Mundial por erro em projeto ferroviário

O governo moçambicano não vai exigir indemnização ao Banco Mundial pelo "erro cometido" na reabilitação da linha ferroviária de Sena, mas espera tirar "maiores vantagens" na negociação de futuros projetos.
A garantia foi dada à Lusa pelo ministro dos Transportes e Comunicações de Moçambique, Paulo Zucula, à margem da cimeira da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral, que decorreu no fim-de-semana, em Maputo.
Num relatório recentemente divulgado, o Banco Mundial considerou "insatisfatório" o seu desempenho no projeto de reabilitação da linha férrea de Sena, no centro de Moçambique, uma infraestrutura importante no escoamento da produção de carvão da região, destruída durante a guerra civil.
"Os resultados do projeto são insatisfatórios, o risco de implementação é insatisfatório e o desempenho do banco é também insatisfatório", indica o documento do Banco Mundial, que desembolsou 86,4 milhões de euros para a reabilitação da linha férrea.
"Não, nunca ponderámos" exigir indemnização ao Banco Mundial, disse Paulo Zucula, quando questionado pela Lusa sobre o assunto.
Para o governo de Moçambique "o importante é (o Banco Mundial) já reconhecer que cometeu erro", disse o governante.