Nascido na então Lourenço Marques (hoje Maputo) a 12 de Dezembro de
1939, filho de camponeses emigrados da região de Cantão na China,
iniciou as suas lides fotográficas aos 17 anos como impressor
fotográfico na empresa Focus, mudando-se no início da década de 60 para
os quadros do Diário de Moçambique e da Voz Africana, publicações
progressistas do Episcopado católico da Beira, liderado por D. Sebastião
Soares de Resende. Passou também pelo “Notícias da Tarde” e pelo
“Notícias”, antes de se juntar em 1970 ao núcleo de jornalistas que
criou a revista “Tempo”, uma publicação inconformista e rebelde,
tentando furar as malhas da censura colonial e do Estado Novo português.
Durante o período revolucionário permaneceu na “Tempo” fotografando
as novas realidades do país que nasceu em 1975, mas aderindo também aos
vários movimentos internos de luta contra o controle partidário da
informação produzida depois da independência. O manuscrito inicial do
documento “O Direito do Povo à Informação”, exigindo a liberdade de
imprensa como um direito constitucional, foi elaborado em sua casa, em
Fevereiro de 1990. Um ano depois, rompe com o “status quo” de então e
com os seus colegas Naita Ussene, Fernando Manuel e António Elias (já
falecido), junta-se ao projecto mediacoop, inicialmente uma cooperativa
de jornalistas.
De trato fácil, incrivelmente jovial, cultivando sempre a modéstia e a
humildade, os seus colegas e amigos guardam dele um grande sentido de
profissionalismo e rigor, a defesa tenaz da integridade e dos
princípios. O seu acervo fotográfico, espalhado pelos quatro
continentes, é um dos mais importantes bancos de imagem disponíveis
sobre Moçambique.
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