quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Kok Nam 1939-2012

Nascido na então Lourenço Marques (hoje Maputo) a 12 de Dezembro de 1939, filho de camponeses emigrados da região de Cantão na China, iniciou as suas lides fotográficas aos 17 anos como impressor fotográfico na empresa Focus, mudando-se no início da década de 60 para os quadros do Diário de Moçambique e da Voz Africana, publicações progressistas do Episcopado católico da Beira, liderado por D. Sebastião Soares de Resende. Passou também pelo “Notícias da Tarde” e pelo “Notícias”, antes de se juntar em 1970 ao núcleo de jornalistas que criou a revista “Tempo”, uma publicação inconformista e rebelde, tentando furar as malhas da censura colonial e do Estado Novo português.

Durante o período revolucionário permaneceu na “Tempo” fotografando as novas realidades do país que nasceu em 1975, mas aderindo também aos vários movimentos internos de luta contra o controle partidário da informação produzida depois da independência. O manuscrito inicial do documento “O Direito do Povo à Informação”, exigindo a liberdade de imprensa como um direito constitucional, foi elaborado em sua casa, em Fevereiro de 1990. Um ano depois, rompe com o “status quo” de então e com os seus colegas Naita Ussene, Fernando Manuel e António Elias (já falecido), junta-se ao projecto mediacoop, inicialmente uma cooperativa de jornalistas.

De trato fácil, incrivelmente jovial, cultivando sempre a modéstia e a humildade, os seus colegas e amigos guardam dele um grande sentido de profissionalismo e rigor, a defesa tenaz da integridade e dos princípios. O seu acervo fotográfico, espalhado pelos quatro continentes, é um dos mais importantes bancos de imagem disponíveis sobre Moçambique.

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