terça-feira, 22 de julho de 2008

Anarquia nos “chapa 100”








É UMA autêntica selvajaria o que se vive nos transportes semicolectivos de passageiros, vulgarmente conhecidos por “chapa 100”, na cidade de Maputo। Tornou-se comum, passageiros serem injuriados em voz alta pelos motoristas e cobradores, regra geral de conduta duvidosa, quando protestam contra casos gravíssimos, sobretudo de superlotação das carrinhas, encurtamento de rotas, poluição sonora, excesso de velocidade, entre outras situações que colocam em permanente perigo a vida dos utentes. Proprietários de viaturas recrutam jovens de menor idade como trabalhadores sem carácter algum.

Afinal quem fiscaliza as actividades dos “Chapa 100”? Porque não ver isto como um problema real que merece medidas correctivas।

O que é mais engraçado é que as autoridades policiais entre outras incluindo governamentais que deveriam, por lei, velar por estas flagrantes irregularidades fazem vista grossa à situação movidos, uns pela ganância de mais lucros, porquanto serem proprietários das várias frotas de viaturas que pululam pela cidade, e também para conseguirem os “50 paus” que normalmente são cobrados aos motoristas que são “flagrados”, e com azar, naquela situação।

É caso para dizer que nem a polícia nem os proprietários dos Chapas estão interessados em manter a ordem na cidade dados benesses que esta aberração lhes proporciona।

Podemos perguntar: Como falar de Lei e Ordem numa sociedade cujas normas de convivências são ignoradas?

A não ser que o modus vivendi das sociedades “modernas” com resquícios da pré-historia seja caracterizado pelo não cumprimento das normas que se almeja sejam socialmente aceites e aprovadas por todos। Dizia Aristóteles, “o homem é um ser naturalmente social”, para não falar da condição de racionalidade que é lhe peculiar, o que faz com que se difira de outros animais tidos como inferiores, movidos pelos instintos.

Avaliando pela selvajaria, ganância do poder económico, o pontapear das leis e todas as irregularidades que se verificam nas nossas estradas, na nossa urbe, estaremos nós em condição para dizer que estamos prontos para o combate à pobreza? Se a pobreza está dentro nós।

Há necessidade de engrandecermos os nossos espíritos para o bem viver que de nada se compadece com esta anarquia.

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