terça-feira, 25 de novembro de 2008

Afonso Dhlakama exclui possibilidade de demitir-se


AFONSO Dhlakama, líder da Renamo, descartou ontem, em Maputo, qualquer possibilidade de se demitir da presidência do maior partido político da oposição nacional, alegadamente por não ver nenhum motivo para tal।


Esta posição foi assumida no decurso de uma Conferência de Imprensa convocada pela liderança da “perdiz” para reagir aos resultados das eleições autárquicas de 19 de Novembro passado e que dão vitória à Frelimo e seus candidatos em todos os municípios, com excepção da cidade da Beira, onde o candidato independente Daviz Simango venceu a presidência da autarquia।


“Demitir-me? Porquê?”, respondeu aquele político, quando questionado pelos jornalistas se estaria ou não disposto a pôr o seu lugar à disposição, após a terceira derrota nas municipais, acrescidas a duas nas legislativas e presidenciais।


Sobre o processo eleitoral em si, Afonso Dhlakama disse que ele e o seu partido depois de analisados todos os dados em profundidade, chegaram à conclusão de que o processo foi marcado por “factos estranhos” que devem ser cuidadosamente analisados antes de se considerar as eleições de livres e justas।


Segundo disse, o primeiro desses factos é a tolerância de ponto que, para a Renamo, é estranho que esta seja concedida para todo país enquanto as eleições só tiveram lugar em 43 vilas e cidades।


Explicou que tal foi feito para se dar espaço ao partido no poder para utilizar “camiões e camiões para transportar pessoas dos distritos para as cidades e vilas autárquicas para irem votar”। Votação essa que era facilitada pela deliberação número 125 da Comissão Nacional de Eleições que, segundo as suas palavras, permitia que qualquer cidadão, mesmo que não estivesse escrito na autarquia, votasse mediante a apresentação do respectivo Bilhete de Identidade।



Esta afirmação do líder da Renamo contrasta com a deliberação da CNE que instruía os membros das assembleias de voto para permitirem que os eleitores que, por diversos motivos, tenham ficado sem o seu cartão de eleitor a votar mediante a apresentação do BI ou qualquer documento com fotografia।


Por outro lado, Dhlakama minimizou a vitória de Daviz Simango na Beira afirmando que ela é fruto do trabalho da Renamo e não quis alongar-se em declarações em torno da alegada desorganização e falta de trabalho que se afirma existir no seu partido político, situação essa reconhecida por alguns membros da cúpula da “perdiz”, vozes essas que afirmam que tal situação é que está por detrás das sucessivas e consecutivas derrotas eleitorais do maior partido da oposição em Moçambique.

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