segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

“A Vida e Obra de Mondlane',


O ANTIGO ministro de Informação, Jorge Rebelo, disse ser constrangedor o facto de muitos jovens, em Moçambique, estarem alheios à realidade histórica do país, situação que deveria ser colmatada ainda no ensino primário।


Contrariamente ao que a história oficial do país ensina há mais de 40 anos, Eduardo Mondlane não morreu nos escritórios da Frelimo em Dar-es-salaam mas sim, na casa/restaurante da “amiga” do antigo movimento libertador Betty King, situada na estância turística de Oyster Bay na Tanzânia।


Quem assim o diz é Jorge Rebelo antigo ministro da informação e chefe do departamento do trabalho ideológico da Frelimo, durante uma palestra por si proferida no último sábado em Maputo, subordinado a vida e obra de Eduardo Mondlane।


“Morreu em casa da nossa amiga”


Visto por muitos como uma das últimas reservas morais dentro da Frelimo e numa das suas raras declarações públicas, Jorge Rebelo confirmou aquilo que a 3 de Fevereiro de 2007, o antigo secretário particular de Eduardo Mondlane, Joaquim Chissano havia dito। “Eduardo Mondlane foi assassinado na casa/restaurante de Betty King e não nos escritórios da Frelimo”.


Jorge Rebelo explicou que estava em Tanzânia na fatídica manhã de 3 de Fevereiro de 1969। “Eu nessa manhã estava nos escritórios da Frelimo em Dar-es-salaam. O camarada Mondlane chegou e levantou a correspondência que tinha chegado para ele.


Entre essa correspondência estava um livro, que não conheço os seus detalhes। O camarada Mondlane pegou na correspondência e entrou no carro e foi para casa de uma senhora norte-americana que era nossa amiga e que trabalhava no Instituto Moçambicano chamada Betty King.


Ele costumava ir para lá porque era perto da praia। Foi lá onde abriu o livro e a bomba explodiu e morreu. A bomba lhe destruiu a parte inferior do corpo e ficou somente a parte de cima. Não foi no escritório” elucidou a fonte.


Quem era Betty King para Eduardo Mondlane?


Instado a explicar o grau de relacionamento entre Betty King e Mondlhane, Jorge Rebelo disse que “não há razões para especulações. A Betty era muito nossa amiga. Eu também as vezes costumava ir para lá, principalmente aos fins de semana. Não há nada de sinistro nessa senhora”.
Entretanto, sabe-se de fontes bibliográficas que Betty King era secretária da esposa de Eduardo Mondlane, Janet Mondlane।


Quem entregou o livro ao presidente?


Jorge Rebelo acusou na ocasião a extinta Polícia Internacional e Defesa do Estado, PIDE, de estar por detrás do assassinato de Eduardo Mondlane।


De acordo com Rebelo, para a materialização do objectivo da eliminação física do líder da Frelimo, a PIDE contou com elementos “infiltrados” dentro do movimento libertador।


“Houve elementos dentro da Frelimo que colocaram o livro na secretária do presidente Mondlane para que ele o levantasse pessoalmente। O nome que aparece é o de Silvério Nungo. Nungo era um grande inimigo do presidente Mondlane. Ele estava no grupo de Lázaro Kavandane e Urias Simango. Eles não concordavam com a sua política” defendeu.


Quem foi Silvério Nungo?


Silvério Nungo foi um dos fundadores da Frelimo e fez parte do primeiro secretariado executivo deste movimento libertador, ocupando o cargo de secretário para área de informação। Foi afastado da Frelimo juntamente com outros históricos deste movimento, como Urias Simango, Adelino Guambe, Lázaro Kavandane, Padre Guendjere entre outros, alegadamente por serem reaccionários.


Nungo viria a ser fuzilado em M’telela no Niassa juntamente com Urias Simango, Joana Semeão entre outros.

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