segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Dissidentes do ANC formalizam partido em Dezembro




DISSIDENTES do Congresso Nacional Africano (ANC), reunidos no sábado em convenção nacional em Sandton, a norte de Joanesburgo, para debaterem “o estado da democracia na África do Sul”, anunciaram a fundação de um novo partido em Dezembro, num encontro marcado pela ausência de eminentes figuras que abandonaram o partido no poder।

O anúncio, feito por um dos três “cabeças de cartaz” da convenção nacional, o ex-chefe do executivo da província de Gauteng, Mbhazima Shilowa, foi seguido da leitura de uma declaração final do encontro, da qual se destaca o apelo a uma revisão constitucional que garanta a futura eleição do Presidente da República pelos eleitores em vez de o ser pelo Parlamento।

“Afirmamos inequivocamente que o presidente do nosso país deverá ser directamente eleito pelo povo”, pode se ler na declaração final divulgada ao final da noite de sábado, no termo da convenção que deveria ter-se prolongado pelo fim-de-semana mas que acabou inesperadamente por ser encurtada।

O texto apela também “à supremacia da Constituição” e à “coesão social, respeito pelos direitos básicos dos cidadãos, incluindo o de escolherem um partido político livremente, tolerância política e diálogo transparente” na sociedade।

Com ênfase na igualdade perante a lei de todos os cidadãos, a declaração lança as primeiras ideias sobre o que poderão vir a ser os princípios políticos da nova formação, que Mbhazima Shilowa anunciou para Dezembro, e para o qual exortou os participantes a começarem a pensar num nome।

Apesar de participada por cerca de quatro mil delegados da maioria das províncias sul-africanas, a convenção nacional gorou muitas das expectativas iniciais।

Ao contrário do que se previa, aos três líderes que se demitiram do ANC para fomentarem o projecto não se juntou qualquer dos restantes dirigentes do partido no poder que abandonaram o Executivo em Setembro em solidariedade com Thabo Mbeki, quando este foi forçado a abandonar a chefia do Estado e do Governo pelo seu próprio partido।

Esperava-se que outros conhecidos dirigentes do movimento que governa a África do Sul desde 1994, como Geraldine Fraser-Moleketi, e o ex-ministro dos Serviços Secretos, Ronnie Kasrils, se associassem ao novo movimento político, mas ao fim da tarde de sábado no centro de convenções de Sandton os mais de 4 mil participantes eram na sua grande maioria ilustres desconhecidos, militantes de base insatisfeitos com o ANC ou curiosos que esperavam rever-se na nova formação.

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