sexta-feira, 24 de outubro de 2008

No Zimbabwe MDC pede saída de Mbeki


O principal partido da oposição no Zimbabwe, o Movimento para a Mudança Democrática, MDC, pediu formalmente à SADC que substitua Thabo Mbeki como mediador das negociações em curso com a Zanu

O MDC não sugere qualquer nome para o substituir mas diz ter perdido toda a confiança no ex-presidente sul-africano.

Segundo o jornalista António Pina, colaborador da BBC na cidade sul-africana de Joanesburgo, o MDC diz estar iminente uma ruptura no processo negocial zimbabweano.

O partido de Morgan Tsvangirai diz que está tudo dependente da apresentação - ou não - pela SADC, a União Africana e a ONU, do nome de um novo mediador.

O MDC exige que esse nome alternativo seja apresentado na ronda negocial agendada para segunda-feira em Harare.

As relações entre Mbeki e o principal grupo da oposição no Zimbabwe teriam azedado depois do ex-presidente sul-africano ter apresentado o seu relatório sobre a última fase do processo de constituição de um governo de unidade nacional.

'Decisões unilaterais'

O MDC não gostou do facto de Mbeki ter concordado com as decisões unilaterais do Presidente Robert Mugabe na nomeação de funcionários da Zanu-FP para as mais importantes posições no novo executivo.

"Isto teria deixado o MDC, nomeadamente o seu líder, Morgan Tsvangirai, extremamente desagradado com o mediador.

"Há um documento enviado pelo MDC a Thabo Mbeki no qual o partido de Tsvangirai se refere, em termos muito duros, à posição do mediador, considerando-o um 'executor' das jogadas e das manobras de Robert Mugabe," disse-nos António Pina.

Ele contactou, por telefone, o porta-voz do MDC, Nelson Chamisa, que lhe confirmou haver um "grave problema" entre o seu partido e Thabo Mbeki.

Chamisa confirmou que o processo "estava em perigo" e que havia um "grave problema" entre o MDC e Mbeki, mas colocou a questão nas mãos da SADC.

Contudo, não quiz entrar em mais detalhes, limitando-se a dizer que "este processo não pode ser conduzido na comunicação social".

A Zanu-FP ainda não se pronunciou, pelo menos formalmente, em relação à reacção do MDC.


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