terça-feira, 30 de novembro de 2010

Eleições fraudulentas na UEM - Presidente expulso por conivência


Luís Jobe Fazenda, presidente da Associação dos Estudantes Universitários da Universidade Eduardo Mondlane, acaba de ser escorraçado pelos colegas, alegadamente por promover o enchimento de boletins na urna de votação a favor de Dany Marangaze Félix da lista C, seu protegido e antigo colega na direcção que preside. “A mascara caiu. Os dirigentes deste órgão, sempre "turvaram as águas" para manipular a opinião pública e camuflar os podres que mantêm por detrás das caras de anjo com que frequentemente nos apresentaram.

Durante os dois anos que presidiram os destinos da associação, sempre fingiram trabalhar em prol dos estudantes quando na verdade eram autênticos corruptos que até então, graças ao diabo, continuavam a enganar a todos, o reitor inclusive. Por isso, hoje decidimos matar o cão tinhoso".

Os relatos aqui reproduzidos reflectem a opinião de alguns estudantes ouvidos em reacção a forma nada abonatória em que terminaram as eleições desta segunda feira na UEM. Ao todo concorriam três listas, designadamente A, B e C. Segundo os estudantes, tudo começou a ficar menos claro quando os actuais dirigentes da AEU inventaram o processo de eleições nas províncias, uma clara tentativa de beneficiar a lista C.

Este primeiro ensaio, só não deu certo porque os outros concorrentes ameaçaram boicotar o processo. Após o fim da votação, às 22 horas desta segunda-feira, as urnas foram transportadas para a sede da AEU, (gabinete de Fazenda) cita na residência universitária número 1, popularmente conhecida por Self, na avenida Amílcar Cabral 1254 em Maputo.

Governo diz que incentiva investimentos no sector de habitação, porém, exige que os preços das casas em construção no país sejam acessíveis


O Governo moçambicano diz que incentiva investimentos no sector de habitação, porém, exige que os preços das casas em construção no país sejam acessíveis aos moçambicanos.

A vice-Ministra da Planificação e Desenvolvimento, Maria Lucas, disse, durante um encontro entre empreiteiros moçambicanos e portugueses, que o Governo não está de acordo com os preços das casas praticadas pelas imobiliárias, por serem muitos altos.

“Nós incentivamos a construção de casas para a habitação, mas não estamos de acordo com os preços dos apartamentos. O país está numa fase de desenvolvimento que não permite que sejam praticados preços como os actuais”, afirmou.

Maria Lucas defende que as empresas envolvidas na construção de imóveis para habitação devem melhorar os níveis de eficiência para que os preços das casas sejam acessíveis para a maioria da população moçambicana.

Estudos mostram que em Moçambique há défice de casas para habitação, sobretudo para os jovens, a camada maioritária.

Esta situação é resultado do facto de a população ter crescido drasticamente nos últimos anos, um processo que não foi acompanhado pelo desenvolvimento de habitações no país.

Segundo dados estatísticos, em 1978, Moçambique tinha 10.8 milhões de habitantes, um número que cresceu para cerca de 20 milhões em 2007.

Nos primeiros anos da independência de Moçambique, o Estado era o provedor de habitação aos cidadãos, gerindo 80 mil imóveis em todo o país.

A partir de 1995, quando iniciou a alienação dos imóveis a privados, o Estado deixou de ser provedor para passar a ser facilitador, criando condições para o sector privado investir neste sector.

Entretanto, as respostas do sector privado beneficiam apenas uma parte da população, por sinal, a minoria, dos moçambicanos.

Nos últimos anos, o país tem registado um movimento intenso de construção de habitações, porém na sua maioria são de luxo.

O preço mínimo de uma casa do tipo dois é superior a 50 mil dólares norte-americanos (1.8 milhões de meticais).

Fazendo os cálculos, um funcionário público licenciado aufere cerca de 17 mil meticais (480 dólares norte americanos), o que não o permitiria aceder a um empréstimo bancário para comprar uma casa, sobretudo devido à limitante do 1/3 estabelecido pelo Banco Central aliado às taxas de juro que são proibitivas.

PES e OE para 2011 dividem bancadas na AR


O PLANO Económico e Social e o Orçamento do Estado, ambos para o próximo ano, não estão a colher consenso a nível das três bancadas parlamentares

Com efeito, o grupo da Frelimo na Assembleia da República defende a aprovação dos dois instrumentos alegando a sua pertinência e oportunidade, para além de irem de encontro ao previsto no Programa Quinquenal do Governo.

Por sua vez, a Renamo e o Movimento Democrático de Moçambique (MDM) referem que os dois documentos do Conselho de Ministros não acolhem a totalidade das sensibilidades dos moçambicanos na medida em que não espelham as aspirações pertinentes do povo no verdadeiro combate à pobreza.

Para a oposição, o PES não contempla políticas e estratégias de um combate cerrado e consequente contra a pobreza e o Orçamento do Estado é de cariz despesista, pois contempla e favorece grandes volumes do orçamento a sectores como o SISE, Presidência da República, Casa Militar, Ministério do Interior e Gabinete do ex-Presidente da República, que nada têm a ver com investimentos que conduzam ao combate e redução da pobreza no país.