A “TROIKA” do órgão de política e segurança da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), presidida pela Suazilândia, reúne-se hoje para debater formas de fazer avançar a implementação do acordo de partilha do poder no Zimbabwe, cujas negociações entraram num impasse.
Entretanto, um representante do partido de Mugabe advertiu ontem que a “troika” da SADC “não poderá impor” uma solução para o problema zimbabweano।
Entretanto, um representante do partido de Mugabe advertiu ontem que a “troika” da SADC “não poderá impor” uma solução para o problema zimbabweano।
As delegações chefiadas pelo presidente Mugabe, Morgan Tsvangirai e Arthur Mutambara serão chamadas a expor os seus pontos de vista e depois “a troika indicará o caminho a seguir”, explicou ao jornal estatal “Sunday Mail” Patrick Chinamasa, negociador-chefe do partido no poder, a ZANU-PF। “Porém, os membros da troika não podem impor-nos seja o que for sobre questões importantes, como a atribuição dos ministérios”, acrescentou Chinamasa.
Fazem parte da “troika” do órgão de política e segurança da SADC a Suazilândia (presidente), Moçambique (vice-presidente) e Angola।
Notícias postas a circular ontem em Pretória davam conta que o presidente Kgalema Montlanthe participará na cimeira da Suazilândia। O novo estadista sul-africano será acompanhado pela ministra dos Negócios Estrangeiros, Konsazana Dlamini Zuma.
A informação sobre a reunião da “troika” foi tornada pública no fim-de-semana, em Harare, após a ronda negocial que terminou sexta-feira em fracasso, com as partes a não conseguirem ultrapassar as suas diferenças em relação à atribuição das pastas ministeriais mais importantes.
As duas partes negociavam há quatro dias na presença do antigo Presidente sul-africano Thabo Mbeki, para tentar encontrar um acordo sobre a repartição dos 31 postos ministeriais previstos no acordo de partilha do poder assinado no mês passado।
No centro das discussões figurava o controlo dos ministérios-chave, nomeadamente o da Defesa, do Interior, da Justiça e da Informação que a oposição acusava o Presidente Mugabe de querer monopolizar, depois da publicação, há uma semana, de uma lista na qual eles eram atribuídos unilateralmente a membros do seu partido, a ZANU-PF।
Mugabe reconheceu, sexta-feira, o fracasso das negociações e anunciou que Mbeki explicaria porque o Governo e a oposição não conseguiram ultrapassar as suas divergências à volta dos postos ministeriais no seio do Governo de União।
Por sua vez, Tsvangirai indicou que o seu partido estava descontente com os ministérios que Mugabe está a propor।
Já num comício, sábado em Bulawayo, Tsvangirai referiu que as últimas rondas negociais “foram um autêntico diálogo de surdos”।
Pediu à União Africana e à Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) para intervir e ajudá-los a sair do impasse।
O acordo de partilha do poder seguiu-se às eleições contestadas do mês de Junho e era considerado pela UA e pela SADC como o modo mais viável de pôr termo ao impasse entre a oposição e o Governo।
O Zimbabwe, que já foi a segunda economia mais dinâmica da região, está a braços com a maior crise de todos os tempos, que originou a mais alta taxa de inflação do mundo, a rondar os 231 milhões por cento ao ano।
Mais de 80 por cento da actividade económica do país paralisou e o mercado sofre carências crónicas de bens essenciais, combustíveis e moeda estrangeira.
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