sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Nicholas II, mandado assassinar por Lenine


Tribunal Supremo da Rússia reabilita família do último Czar


O Tribunal Supremo da Rússia acaba de deliberar que o último Czar, Nicholas II e a sua família foram vítimas da repressão política, devendo por isso ser reabilitados perante a história। Nicholas II, a sua esposa, os cinco filhos, um médico particular, assim como três empregados domésticos foram sumariamente executados pelo regime soviético em Julho de 1918। Até agora, os tribunais de primeira instância da Rússia haviam-se recusado a rever as circunstâncias da morte do último czar russo e dos membros da sua família, alegando ter-se tratado de um simples assassinato e que não havia indícios de opressão por parte do Estado. Esta posição dos tribunais de primeira instância foi sistematicamente rejeitada pelos advogados dos descendentes de Nicholas II. Na opinião abalizada do advogado da família Romanov, “houve um veredicto, houve um telegrama enviado de Ekaterinburg para Moscovo. Foi Vladimir Lenine quem deu as ordens. As autoridades soviéticas eram o poder legalmente constituído na altura, e foram elas que levaram a cabo a execução do Czar Nicholas II e da sua família”. A Procuradoria-Geral da República russa alegou que o último Czar e os seus familiares haviam sido mortos sem culpa formada ou sem que houvesse uma decisão de qualquer tribunal e por esse motivo não havia necessidade de se proceder à reabilitação das vítimas. A chefe da família Romanov, a Grande Duquesa Maria Vladimirovna, insistiu que o último imperador russo e a sua família haviam sido mortos por motivos políticos. Nesta última quarta-feira, dia 1 de Outubro, o Tribunal Supremo da Rússia acabou por concordar com a posição da família Romanov que desde há anos vinha tentando repor a legalidade em face das brutalidades do regime de opressão comunista imposto à força na chamada União Soviética. Numa declaração, o chefe da Casa Real Russa, Alexander Zakatov, afirmou que “não se poderia tolerar o facto dos membros da última família real russa serem considerados de criminosos,” acrescentando: “Agora, o seu bom nome acaba de ser restaurado sob o ponto de vista legal.” Na sequência da revolução de 1917, o Czar e a sua família foram primeiro transferidos para a Sibéria e depois para os Urais. Foram mantidos prisioneiros numa casa no centro de Ekaterinburg, que estava cercada por uma vedação alta. Ninguém tinha permissão para entrar no local sem autorização especial. O Czar e a sua família permaneceram nesse reduto até ao momento da sua execução sem julgamento, sob a alegação, típica de regimes do género, de serem “inimigos do povo”. Os restos mortais de Nicholas II, de sua mulher, dos cinco filhos e dos empregados domésticos foram descobertos nos princípios dos anos 90. Desde então, investigadores procederam à identificação de todas estas vítimas do regime de ditadura comunista implantado em Moscovo em 1917. Em 1998, os membros da família russa, mandados assassinar pelo verdugo Vladimir Lenine, foram enterrados na capela da Catedral de Santo Petersburgo. Dois anos mais tarde, foram canonizados em face das circunstâncias em que morreram às mãos da tirania política instaurada em Moscovo.


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