Jornalismo Mocambicano
Se o Jornalismo Livre e Independente, Dedicado a Reportar a Verdade Sem Receio ou Favores For Sufocado, Então o Oxigénio Sai da Democracia.
sexta-feira, 15 de julho de 2016
quinta-feira, 23 de agosto de 2012
O Fim de 50 anos.
Sérgio Vieira despede-se do Comité Central da Frelimo
o
fim de quase 50 anos como membro do Comité Central da Frelimo, por
sinal o órgão máximo do partido entre os congressos, Sérgio Vieira,
histórico membro do partido e uma das figuras de relevo na implantação
do Estado moçambicano, vai despedir-se do órgão no próximo domingo.
Vieira deixa o Comité Central depois de não ter conseguido a reeleição
nas eleições internas no Comité Provincial da Frelimo em Tete.
Depois
de, praticamente, meio século nas principais estruturas de poder dentro
da Frelimo, Sérgio Vieira passa a militante de base por vontade
própria.
“Pedi
as pessoas para não votarem em mim. Ainda assim, devo dizer que houve
muita gente que votou em mim”, disse Sérgio Vieira para quem a sua
decisão se deve à necessidade de “me dedicar a outras coisas que nunca
pude durante mais de 50 anos de actividade no partido”. Vieira invocou
também como argumento o facto de ter uma idade que ronda os 70 anos,
defendendo, por isso, uma renovação.
O
veterano da luta de libertação nacional não se referiu às ocupações a
que, a partir da próxima semana, passará a dedicar com mais vigor.
Kok Nam 1939-2012
Nascido na então Lourenço Marques (hoje Maputo) a 12 de Dezembro de
1939, filho de camponeses emigrados da região de Cantão na China,
iniciou as suas lides fotográficas aos 17 anos como impressor
fotográfico na empresa Focus, mudando-se no início da década de 60 para
os quadros do Diário de Moçambique e da Voz Africana, publicações
progressistas do Episcopado católico da Beira, liderado por D. Sebastião
Soares de Resende. Passou também pelo “Notícias da Tarde” e pelo
“Notícias”, antes de se juntar em 1970 ao núcleo de jornalistas que
criou a revista “Tempo”, uma publicação inconformista e rebelde,
tentando furar as malhas da censura colonial e do Estado Novo português.
Durante o período revolucionário permaneceu na “Tempo” fotografando
as novas realidades do país que nasceu em 1975, mas aderindo também aos
vários movimentos internos de luta contra o controle partidário da
informação produzida depois da independência. O manuscrito inicial do
documento “O Direito do Povo à Informação”, exigindo a liberdade de
imprensa como um direito constitucional, foi elaborado em sua casa, em
Fevereiro de 1990. Um ano depois, rompe com o “status quo” de então e
com os seus colegas Naita Ussene, Fernando Manuel e António Elias (já
falecido), junta-se ao projecto mediacoop, inicialmente uma cooperativa
de jornalistas.
De trato fácil, incrivelmente jovial, cultivando sempre a modéstia e a
humildade, os seus colegas e amigos guardam dele um grande sentido de
profissionalismo e rigor, a defesa tenaz da integridade e dos
princípios. O seu acervo fotográfico, espalhado pelos quatro
continentes, é um dos mais importantes bancos de imagem disponíveis
sobre Moçambique.
terça-feira, 21 de agosto de 2012
44 pessoas foram mortas brutalmente pela polícia sul-africana, incluindo 34 mineiros
o todo, 44 pessoas foram mortas brutalmente pela polícia sul-africana, incluindo 34 mineiros. Trata-se de uma acção ocorrida na mina de Lonmin, onde trabalham mais de 2 300 mineiros nacionais.
No
meio do desespero pela tragédia, resultante do massacre de 44 pessoas,
protagonizado pela polícia sul-africana, incluindo 34 mineiros
grevistas, os trabalhadores moçambicanos nas minas de Lonmin contam que
viveram uma tarde da qual nunca se vão esquecer (quinta-feira).
Tudo
teria começado na sexta-feira da semana antepassada, quando milhares de
mineiros do grupo Lonmin, cotado na bolsa e que ocupa o estatuto de 3ª
maior produtora de platina no mundo, decidiram marchar, pacificamente,
até aos escritórios da mina, levando consigo uma reivindicação salarial.
Chegados ao local, foram
marginalizados. O seu pedido de revisão salarial dos actuais quatro mil
e quinhentos randes para doze mil e quinhentos foi recusado, sem espaço
para nenhuma negociação.
Insatisfeitos
com a reacção do patronato, os milhares de mineiros teriam regressado
ao chamado “hostel”, a sua residência oficial, de onde saiu a
concertação para que se reunissem numa montanha designada desde essa
altura “base central”.
Antecedentes do massacre
Regressados
da direcção da mina, os grevistas foram até aos escritórios da
Associação dos mineiros, onde, devido à sua fúria, a segurança privada
da mina teria tentado em vão travar a marcha dos mesmos. Foi assim como
iniciou a batalha, que culminaria com o massacre. Nessa altura, dois
seguranças foram mortos.
o
motim dos mineiros prosseguiu num outro local próximo do primeiro, onde
foram, igualmente, incendiadas cinco viaturas de particulares.
No dia seguinte, a batalha campal continuou e, desta feita, dois agentes da polícia foram, outrossim, assassinados.
Já
na quinta-feira da semana finda, a polícia, armada ao detalhe, teria se
deslocado à montanha, “base central” dos mineiros grevistas. Mas porque
o local estava vedado por arame farpado, a decisão de que nenhum mineiro
deveria transpor-se para o outro lado da barreira. Entretanto, quando o
cordão formado pelos mineiros decidiu invadir a barreira estabelecida, a
polícia, nem mais, alegando legítima defesa, abriu fogo.
Os tiros a “queima-roupa” atingiram dezenas de mineiros. 44 pessoas foram mortas, 80 feridas e 615 detidas.
Governo quer banir “publicidade enganosa dos curandeiros”
O
Governo diz que tenciona acabar, o mais breve possível, com a
“publicidade enganosa” difundida nos meios de comunicação social
moçambicanos. A referida publicidade tem vindo a ser publicada em certos
órgãos de comunicação social por indivíduos que se dizem “médicos
tradicionais”.
A intenção do executivo é eliminar nos órgãos de
comunicação social “todos os aspectos que poluem e enganam a sociedade”.
Não
está ainda claro se a publicidade que o governo considera enganosa é
apenas da responsabilidade dos alegados “médicos tradicionais”, vulgo
curandeiros.
O
Governo, através das suas diferentes instituições – uma delas o Conselho
Nacional de Combate ao HIV/SIDA (CNCS) – está a trabalhar com o
Gabinete de Informação (GABINFO) no sentido de suprimir a publicidade
dos “médicos tradicionais”. Não se sabe por ora se o governo irá também
considerar publicidade enganosa a propaganda de certas ceitas religiosas
que uso sobretudo os estações de televisão.
“Há
quem diz nos jornais e nos painéis espalhados pela cidade de Maputo que
consegue fazer com que alguém tenha emprego e seja contratado
imediatamente. Outros dizem que conseguem fazer com que roube sem ser
descoberto. Esses aspectos que poluem a sociedade devem ser afastados”,
disse o secretário executivo adjunto do Conselho Nacional do Combate ao
HIV/SIDA. É apenas o que para já suscita a movimentação em curso para
acabar com a publicidade enganosa.
“Estamos
a trabalhar com as instituições que trabalham com a imprensa no sentido
desta parte que não passa de engano não conste”, disse Diogo Milagre
adiantando que “em matéria de sexualidade, alguns têm enganado as
pessoas dizendo que aumentam a potência sexual”.
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